Quase lá: Transfobia: pais são investigados por negar nome social a não binário

Entregadora que se identifica com gênero não binário denunciou pais por transfobia porque eles se negam a chamá-la pelo nome social

- Metrópoles

Arquivo Pessoal
Em foto colorida jovem cabelos longos e laterais raspadas sentada sobre escadaria colorida - Metrópoles

São Paulo — A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar os pais da entregadora Duda Taylor Santos Araújo, de 27 anos, pelo fato de eles se negarem a chamá-la pelo seu nome social.

Duda nasceu menino, mas desde o ano passado passou a se identificar oficialmente como “não binário” — que são pessoas que não se identificam especificamente com o gênero masculino ou feminino.

Por isso, ela, que em outros momentos também usa o pronome pessoal “ele”, mudou seu primeiro nome registrado em cartório, do gênero masculino, para um neutro. Isso ocorreu em julho do ano passado.

Apesar disso, seu pai, Oswaldo da Silva Araújo, de 52 anos, e sua mãe, Valdeli Marques Santos, de 47, continuam a chamá-la somente com o nome masculino, desconsiderando o nome social escolhido por ela.

“Escolhi um nome unissex de propósito, porque faço ambos os gêneros. Até meus 18 anos, tentava me enquadrar num padrão hétero [cisgênero], mas comecei a me questionar”, afirma Duda ao Metrópoles.

Diante das negativas dos pais em respeitar sua escolha, a entregadora decidiu registrar boletim de ocorrência de injúria, por meio da delegacia eletrônica. Ela também enviou denúncia ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Antes disso, ela gravou conversas separadamente com os pais, nas quais eles deixam claro que não irão chamá-la pelo nome social. Isso, segundo Duda, a deixa constrangida diante de outras pessoas.

Negativa dos pais

“Não vou te chamar [de Duda] e acabou, acabou a conversa. Não adianta ficar enchendo o meu saco, pode parar, não tem conversa”, afirmou a mãe de Duda, segundo uma gravação anexada ao processo e obtida pelo Metrópoles.

A entregadora ainda comenta com a mãe o fato de se sentir constrangida quando a genitora a apresenta para outras pessoas com o nome masculino. Os apelos, porém, são ignorados pela mãe.

“Você é homem, com quase 30 anos. Tenha vergonha na cara. Você fica com os seus direitos que eu fico com o meu, que é te chamar [pelo nome civil]”, afirmou o pai, em outra gravação.

Caso de polícia

Os áudios foram anexados como provas e enviados ao MPSP. A Promotoria solicitou que a Polícia Civil instaurasse inquérito para investigar o caso por se tratar de possível crime de transfobia.

fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/transfobia-pais-negam-nome-social


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Recomendamos a leitura

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...