Pensadora guianense, morta há quatro anos, analisou o capitalismo a partir do trabalho reprodutivo e da violência de gênero. Ao organizar campanhas internacionais pelo salário doméstico, apontou: função do Estado é “investir em cuidar, não em matar”

OUTRASMÍDIAS

Publicado 01/06/2023 às 19:37

 

Por Robin D. G. Kelly, na Jacobin

Ouvi falar de Andaiye pela primeira vez no outono de 1992, na época das históricas eleições da Guiana que encerraram o reinado de 28 anos do People’s National Congress (PNC) – 21 desses anos sob o regime ditatorial de Forbes Burnham. Eu tinha ingressado recentemente no corpo docente da Universidade de Michigan e passei a maior parte do meu tempo no Centro de Estudos Afro-Americanos e Africanos. Foi ali que conheci Nesha Haniff, uma acadêmica dinâmica que trabalhava com mulheres, gênero, sexualidade e educação no Caribe. Foi quando surgiu o tema das eleições que eu soube que Nesha era da Guiana.

Não tenho formação como um estudioso do Caribe, mas minha família materna é jamaicana e cubana, e, naquela época, eu me considerava bastante informado sobre a Guiana. Walter Rodney foi meu herói; ler seu livro How Europe Underdeveloped Africa [Como a Europa subdesenvolveu a África] me convenceu a fazer um doutorado em história. Eu sabia um pouco sobre a Working People’s Alliance (WPA) e sobre Eusi Kwayana. Tinha visto o horripilante filme de Rupert Roopnaraine, The Terror and the Times [O terror e os tempos]. Possuía um exemplar amarrotado de Dependence and Transformation: the Economics of the Transition to Socialism [Dependência e transformação: a economia da transição ao socialismo], de Clive Y. Thomas. Até escrevi um artigo na graduação sobre o surgimento dos vilarejos comunais afro-guianenses após a abolição formal da escravidão. E, em 1984, tive a honra de trabalhar nos artigos de Rodney como assistente de pesquisa na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla). Sua viúva, Pat, havia deixado temporariamente seus papers com meu orientador de dissertação, Ned Alpers, após o assassinato de Rodney em 13 de junho de 1980.

Assim, imagine minha empolgação ao saber que Nesha não apenas era guianense, como tinha ligações com a WPA. Citei alguns nomes em um esforço de estabelecer minhas boas intenções, mas ela rapidamente me desiludiu em relação às noções românticas que eu tinha da política da Guiana, ainda atreladas ao início dos anos 1980. Perto do fim de sua palestra improvisada, ela brincou: “Se você quer saber sobre a Guiana e as lutas lá, você precisa conhecer as mulheres. Ninguém fala sobre as mulheres. Já ouviu falar de Andaiye? Que antes se apresentava como Sandra Williams? Procure por ela. Ela é brilhante”. Infelizmente, não dei ouvidos ao seu conselho. (Mais tarde, percebi que havia encontrado o nome dela nos agradecimentos de A History of the Guyanese Working People [Uma história dos trabalhadores da Guiana], de Rodney, publicado postumamente, mas não sabia o suficiente para “procurá-la”.)

Doze anos depois, David Scott, editor de Small Axe, publicou uma entrevista de 95 páginas com Andaiye em uma edição especial dedicada à Guiana. Em um impressionante momento de déjà-vu, eu tinha acabado de entrar para o corpo docente de antropologia da Universidade de Columbia, e David, um jamaicano como minha mãe, era meu novo colega e interlocutor em todos os assuntos do Caribe. Semelhante a Nesha, ele aprofundou minha compreensão da história do Caribe e revelou a complexa e contraditória dinâmica no centro do radicalismo político da região. A entrevista com Andaiye, cujos trechos são reproduzidos neste volume, é impressionante em seu escopo, profundidade e absoluta honestidade.

Sua sabedoria como uma organizadora política habilidosa, uma estrategista política, uma estudante de história, bem como sua análise da divisão sexual do trabalho, violência e neoliberalismo, situou-a em minha mente como uma das estrelas mais brilhantes do Caribe – o que é bastante revelador, já que essa região é conhecida por produzir alguns dos maiores pensadores radicais do mundo. Na verdade, não é exagero dizer que este volume ocupará um lugar destacado ao lado dos escritos de C. L. R. James, Frantz Fanon, Aime Cesaire, Sylvia Wynter, Edouard Glissant, George Lamming, Kamau Brathwaite, Stuart Hall e, certamente, Walter Rodney. E, tal como seus distintos predecessores, Andaiye e sua brilhante colaboradora, Alissa Trotz, não elaboraram este livro para juntar poeira em uma biblioteca. O título diz tudo: O importante é transformar o mundo.

Ele vem da décima primeira, e última, tese de Karl Marx sobre Feuerbach (1845): “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo”. Esclarecendo, o argumento de Marx não é que a ação tem primazia em relação à análise. Em vez disso, ele estava desafiando seus antigos camaradas, os jovens hegelianos, que acreditavam que uma mudança de ideias – suas ideias – mudaria a realidade. Marx, ao contrário, insistia que os problemas da filosofia não podiam ser resolvidos por meio da interpretação passiva do mundo como ele é, mas apenas remodelando o mundo para resolver as contradições filosóficas inerentes a ele. A luta produz uma nova filosofia, não o contrário. A ação produz nossa realidade, que então exige uma nova análise, que, por sua vez, possui força material. Andaiye incorpora e exemplifica essa ideia em todos os sentidos. Os profundos insights contidos nos ensaios, discursos, cartas, entrevistas e anotações do diário que compõem este livro foram todos produzidos na luta. Essas ideias forjaram movimentos comprometidos com a mudança da realidade social, econômica e política no Caribe e para as mulheres em todo o mundo, os quais, por sua vez, criaram novas condições e novos horizontes de possibilidade.

(Divulgação)

Um desses horizontes de possibilidade que ela identificou ocorreu no período entre 1979 e 1983 – começando com revoluções na Nicarágua, no Irã e, claro, em Granada. A derrubada do regime de Eric Gairy pelo New Jewel Movement (NJM) em 13 de março de 1979 marcou uma mudança radical não só para a esquerda caribenha, como em todo o hemisfério e em todo o mundo. De sua perspectiva única como integrante fundadora da WPA, Andaiye lembrou vividamente como a promessa de transformação socialista em Granada encorajou o movimento na Guiana a enfrentar o regime de Burnham. Mas aqueles dias inebriantes enfrentariam uma reação adversa. Na Jamaica, os esforços de Michael Manley para construir o socialismo por meio de medidas parlamentares e políticas redistributivas financiadas por meio do financiamento do déficit ruíram sob o peso da dívida crescente, da violência interna e das políticas de ajuste estrutural impostas pelo FMI. A revolução neoliberal atingiu novos patamares com as eleições de Margaret Thatcher e Ronald Reagan. Em seguida, Walter Rodney foi assassinado em 1980. Dois anos depois, a ditadura militar do Suriname comandou o assassinato de Bram Behr, o popular jornalista e líder comunista, junto com catorze de seus camaradas. E então, em um golpe para derrubar a liderança do NJM, Maurice Bishop foi morto, junto com outros sete líderes (incluindo sua parceira de longa data e ministra da Educação, Jaqueline Creft). O golpe abriu caminho para a invasão estadunidense de Granada, completando a contrarrevolução.

A análise crítica que Andaiye faz desses eventos nos lembra de que o Caribe estava no próprio epicentro do que era indiscutivelmente o último horizonte da possibilidade revolucionária antes da consolidação da ordem neoliberal. Mas ela sempre resistiu à tendência de lamentar ou chorar pelo que poderia ter acontecido, ou de culpar inteiramente o imperialismo dos Estados Unidos por essas derrotas. Em vez disso, ela se envolveu em críticas e autocríticas sóbrias. Apontou o enfraquecimento e o declínio das organizações de massa em Granada sob Bishop, que atribuiu, em parte, ao caráter antidemocrático do partido marxista-leninista de quadros. Já em 1982, elementos da esquerda caribenha começaram a romper com Bishop devido à falta de democracia em Granada. Sabendo ler os sinais, por assim dizer, a WPA abandonou seus planos de se tornar uma organização de quadros e optou por se manter como um partido de massas com uma estratégia eleitoral robusta.

Ela considerou como a WPA poderia ter lidado melhor com as tensões raciais entre os descendentes de indianos e africanos, encorajando uma organização mais autônoma em todos os setores. Ela examinou como a dinâmica de classe e gênero dentro do movimento privilegiava a liderança de classe média, e masculina, em detrimento da classe trabalhadora e das mulheres. As lições que ela expõe aqui são especialmente relevantes hoje, quando um número crescente de autodenominados intelectuais-ativistas abandonou o projeto do Terceiro Mundo em nome de uma política racial que reduz a estrutura do mundo moderno a um único antagonismo imutável: entre negritude e antinegritude. O que Andaiye e seus camaradas da WPA vieram a entender na luta foi que os antagonismos raciais entre os descendentes de africanos e indianos eram históricos, não fixos nem intransponíveis. Encontrar algumas bases para a unidade não era apenas politicamente desejável, mas uma questão de vida ou morte. Eles não tiveram nem tempo, nem o luxo de debater se os não negros poderiam ir além ou dispensar a antinegritude. E, como Andaiye deixa claro ao longo do livro, tiveram que atender a vários vetores de antagonismos e contradições em diferentes setores. Analisar e abordar as múltiplas contradições de gênero, raça e classe tem sido o centro de seu trabalho teórico e militante.

Andaiye desfaz o mito de que o assassinato de Rodney e a derrubada do Movimento New Jewel deram fim à WPA. Ao contrário, a WPA continuou a organizar diferentes grupos raciais e até estendeu seu trabalho do litoral ao interior para mobilizar as comunidades indígenas. Ela atribuiu o declínio da política multirracial na Guiana à primazia dada às eleições sobre as amplas mobilizações de massa de trabalhadores, sociedade civil, mulheres e camponeses que lutam pela redistribuição de terras. Quando a economia da Guiana foi forçada a se submeter às políticas de ajuste estrutural impostas pelo FMI, havia muito poucas instituições políticas independentes dos dois partidos políticos e, como consequência, não havia organizações de massa capazes de resistir à austeridade.

Desde cedo, Andaiye reconheceu que a mobilização das mulheres como um setor autônomo era a chave para o avanço de uma agenda revolucionária. Ela viu em primeira mão como a descentralização da Grenada’s National Women’s Organization [Organização Nacional de Mulheres de Granada] minou a democracia e produziu uma visão socialista que excluía, por exemplo, o trabalho reprodutivo e o problema da violência de gênero. Ela questionou a dinâmica de gênero dentro de seu próprio partido, observando que as enormes demandas da organização política “significavam que não havia uma única mulher em sua liderança que tivesse filhos para cuidar”. Assim, as mulheres de classe média que podiam pagar creches e serviços domésticos ocupavam cargos de liderança, não apenas na WPA, mas também em organizações femininas autônomas. Em outras palavras, ela percebeu o que muitos de seus camaradas não conseguiam – a importância vital de compreender o trabalho reprodutivo para fazer uma crítica mais ferrenha do capitalismo e da teoria da revolução.

Com base nas lições aprendidas na década de 1980, Andaiye emergiu como uma das pensadoras feministas mais incisivas e imaginativas do hemisfério. Ela se tornou uma força dinâmica e crítica dentro da Caribbean Association for Feminist Research and Action (Cafra) e, em 1986, foi cofundadora da organização de mulheres Red Thread na Guiana, uma rede multirracial de mulheres independente de quaisquer partidos políticos. Andaiye tornou-se uma das principais proponentes da Campanha Internacional por Salários para o Trabalho Doméstico (CISTD), que trouxe o trabalho não pago de reprodução, ignorado pela esquerda que se concentrava exclusivamente no “ponto de produção”, para o foco político. Selma James, fundadora da Campanha e colega próxima de Andaiye, argumentou que o trabalho não remunerado das mulheres era fundamental para a reprodução do capital.

A CISTD redefiniu a classe trabalhadora para incluir trabalhadores e trabalhadoras assalariados e não assalariados, uma perspectiva antirracista que uniu os mundos não industrial e industrial. Essa não foi uma teoria acadêmica estéril, mas uma campanha internacional que se desenvolveu e se expandiu ao longo de muitos anos, reunindo diferentes setores e nacionalidades, e suas lutas. Sua reivindicação estratégica central por salários para o trabalho doméstico concedido pelo Estado evoluiu para a Greve Internacional das Mulheres, “investir em cuidar, não em matar” e “um salário mínimo para mães e outras cuidadoras”, que se inspirou especialmente nos movimentos de mães solo, trabalhadoras da terra – de subsistência, forçadas a trabalhar para pagar dívidas, mal remuneradas – e com foco em paridade de pagamento. Essa perspectiva não é uma tentativa de reformar o capitalismo para alcançar algo semelhante à igualdade de gênero. Foi concebida como uma estratégia anticapitalista e anti-imperialista, exigindo que a reprodução de toda vida humana, e não o mercado, seja central para a economia, para todo desenvolvimento e para a ecologia.

Andaiye combinou sua experiência com o movimento que Walter Rodney havia liderado, com a Red Thread e a Greve Internacional de Mulheres para nutrir uma análise das políticas de ajuste estrutural que, pela primeira vez, tornaram a exploração das mulheres visível e central.

Além disso, a crise gerada pelo neoliberalismo provocou um aumento da violência estatal, doméstica, interpessoal, comunitária e de gênero, bem como das tensões raciais e da xenofobia não apenas na Guiana, mas em todo o Caribe. Tomados em conjunto, observa Andaiye, todos esses fatores não só aprofundaram a desigualdade de gênero, como também aceleraram a exploração das mulheres, agora sobrecarregadas com um maior provimento à medida que os serviços sociais e subsídios são reduzidos, os homens são forçados a migrar para trabalhar e as mulheres têm ainda menos tempo para se organizar sob essas condições.

Ela instaura uma questão profunda: “O que acontece com as donas de casa se a luta contra o FMI é uma luta dos sindicatos? Porque você sabe que hoje os sindicatos não organizam donas de casa, ainda que antes o fizessem!”. Como ponto de referência da Greve Internacional das Mulheres na Guiana, Andaiye acredita que as mulheres podem – e devem – se organizar. Ela critica a esquerda por subestimar o poder de mobilização massiva e eficaz das donas de casa. Ela cita explicitamente o exemplo da rebelião alimentar de 1983 na Guiana, uma luta liderada por donas de casa em aliança com sindicalistas do Sugar and Bauxite Workers Unity Committee (SBWUC).

Para Andaiye, a rua, o Estado, o local de trabalho e a casa não eram domínios separados e limitados, mas parte de todo um sistema interligado de exploração e de terrenos em disputa. Ela aprendeu em primeira mão que incorporar movimentos de oposição em instituições governamentais e administrativas oficiais, seja em escala nacional ou internacional, poderia ter consequências desastrosas. Apesar de três décadas de um trabalho incrível com a Red Thread (a organização multirracial de mulheres que ela cofundou na Guiana em 1986) e várias organizações internacionais de mulheres, Andaiye concluiu que a ausência de um movimento de base vibrante liderado por mulheres pobres abriu a porta para a “onguização do movimento”.

A agenda política refletia as perspectivas das mulheres profissionais, que tendiam a “apartar o gênero de suas interconexões com classe, raça e outras relações de poder, e estabelecer ‘soluções’ tecnocráticas no lugar de soluções transformadoras”. É uma avaliação condenatória, pela qual ela se responsabiliza. Conhecendo o histórico de luta de Andaiye, não posso concordar com sua autocrítica. No entanto, ela tem razão. As ONGs trabalham em conjunto com o Estado e organismos internacionais que são consistentes com as políticas neoliberais. A captura da “sociedade civil” pelo Estado liberal cria estagnação, um equilíbrio de poder que nada faz para alterar radicalmente as políticas de livre-comércio, a redistribuição de riqueza, o fim da austeridade ou a capacitação dos trabalhadores para que decidam sobre seu próprio destino. Ela nos conta tudo isso não como um mea-culpa ou um lamento, mas como uma lição para lutas futuras.

Andaiye muito admirava e promovia Clotil Walcott, uma militante da classe trabalhadora que, imediatamente após conhecer a Campanha por Salários para o Trabalho Doméstico, formou o National Union of Domestic Employees (Nude) em Trinidad, reunindo trabalhadoras mal ou não remuneradas (Clotil Walcott fez com que o governo aprovasse a primeira legislação em qualquer lugar para medir e avaliar o trabalho não remunerado). Tanto o Nude quanto a Red Thread, representados por Andaiye, faziam parte de uma rede bilíngue de empregadas domésticas com base no Caribe e na América Latina. Andaiye foi integrante da iniciativa Women of Color in the Global Women’s Strike (WOC/GWS), anteriormente Black Women for Wages for Housework [Mulheres negras na Greve Mundial de Mulheres], da qual Margaret Prescod foi uma das fundadoras. Elas se conheceram na década de 1960 em Nova York em um grupo político caribenho (Maurice Bishop era membro) e permaneceram amigas íntimas; nos últimos quinze anos, Andaiye e Margaret trabalharam juntas, em especial no apoio ao movimento haitiano.

Infelizmente, Andaiye nunca verá O que importa é transformar o mundo publicado em livro, nem testemunhará como as novas gerações de ativistas farão uso da obra. Ela se juntou aos seus antepassados ​​em 31 de maio de 2019, rodeada de amigos, familiares e companheiros, ciente de que o livro estava completo e a caminho da editora. Sua morte foi chocante, mas não surpreendente. Andaiye era uma revolucionária obstinada que enfrentou a morte muitas vezes. Uma corredora de longa distância, destemida, dedicada e inabalável em seu amor pelo povo. Mas a luta cobrou seu preço. Foi vítima de violência física e crises de depressão. E uma das primeiras a presenciar o corpo mutilado e queimado de seu querido amigo e camarada Walter Rodney.

Por trinta anos, sobreviveu não a um, mas a dois episódios diferentes de câncer. E, em cada situação, transformou, de alguma forma, seus traumas, doenças e enfermidades em lições políticas. Nestas páginas, ela escreve de forma comovente sobre o que significa sofrer em comunidade, como a atuação coletiva necessária para sustentar sua vida naqueles períodos de vulnerabilidade renovou seu apreço pelo trabalho afetivo e de cuidado. E criticou a indústria médica por reproduzir hierarquias de gênero, raça e classe, concentrando autoridade e “experiência” nas mãos dos médicos, deixando os pacientes com o sentimento de impotência e isolamento. O conceito da medicina moderna como ciência, ela destacou, tem o efeito de silenciar os pacientes, invalidando suas opiniões ou autodiagnósticos. Se não fosse ruim o suficiente, a expertise se encontra especializada a tal ponto que a medicina moderna é incapaz de tratar todo o corpo como uma entidade, muito menos a mente e o corpo juntos, ou o corpo social.

Cuidar do corpo social… isso é o que Andaiye sempre fez. Ao contrário de tantos extremistas que olham para o que está logo à frente ou para um passado romântico (geralmente na Revolução Francesa!), ou saltam de cabeça no mundo dos sonhos de um futuro utópico, Andaiye tinha uma visão de 360 graus. Viu tudo a seu redor e nas fendas e rachaduras da vida e do trabalho que muitos radicais bem-intencionados ignoram. Ela sabia que o corpo social é tudo – o visível e o invisível –, e a libertação requer a superação de todas as formas de opressão. O importante, de fato, é transformar o mundo. Mas, ao ler este livro, você descobrirá que o mundo de Andaiye sempre foi maior do que a maioria de nós jamais imaginou.

Andaiye, presente!

Robin D. G. Kelley é professor de história e estudos negros na Ucla e autor de vários livros, incluindo “Thelonious Monk: the Life and Times of an American Original”, “Africa Speaks, America Answers: Modern Jazz in Revolutionary Times” e “Freedom Dreams: the Black Radical Imagination”. Recentemente, ele coeditou “The Russian Revolution: a View from the Third World”, de Walter Rodney (Verso, 2018).

   

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