Debate na Comissão de Direitos Humanos abordou proposta do governo Lula que tramita em regime de urgência no Congresso. Senado analisa matéria nesta semana

Rafael Noronha - Agência Senado - 29 de maio de 2023

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foto: Geraldo Magela - Agência Senado

A proposta do governo Lula que reforça os mecanismos de controle de igualdade salarial entre homens e mulheres (PL 1.085/2023) foi amplamente defendido nesta segunda-feira (29/5) pelas convidadas para debater a proposta em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado.

A proposta, já aprovada pela Câmara dos Deputados, começa a ser analisada amanhã (30/5) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O relatório é da senadora Teresa Leitão (PT-PE). Na quarta-feira (31/5), será a vez de a CDH analisar o relatório da senadora Zenaide Maia (PSD-RN).

O projeto prevê multa de dez vezes o maior salário pago por uma empresa em caso de descumprimento da igualdade salarial. Se houver reincidência, a multa deverá ser elevada em 100%.

“Essa igualdade está prevista na CLT, desde 1943, e na Constituição de 1988. Mas a realidade é que ela nunca foi implementada por vários motivos: preconceito, discriminação, machismo e pressão da elite econômica”, disse o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH.

A professora do Departamento de Sociologia da Unicamp Bárbara Castro apresentou um estudo que mostra o tamanho do prejuízo sofrido pelas mulheres no mercado de trabalho, em especial, pelas mulheres negras em comparação com os vencimentos recebidos por homens brancos.

“Elas recebem um salário que é cerca de 37% menor do que a média nacional. Além disso, as mulheres negras com curso superior ganham apenas 44% do salário de um homem branco com o mesmo curso superior. Estando no cargo de chefia, a mulher negra ganha somente 24% do vencimento do homem branco na mesma ocupação”, pontua.

“Aqui a gente consegue ver a desigualdade operando e o que sobra é a discriminação ativa de gênero e raça que atua no mercado de trabalho. E é por isso que essa proposta é tão importante. A partir dela, correções de desvios como esse podem começar a ser produzidos”, completa.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam o levantamento apresentado pela professora da Unicamp. Uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem. No caso de mulheres pretas ou pardas, que seguem na base da desigualdade social e de renda no Brasil, o cenário é ainda mais grave: elas recebem, em média, menos da metade dos salários dos homens brancos (46%).

Tramitação da proposta

A proposta tramita simultaneamente nas comissões de Direitos Humanos (CDH), Assuntos Sociais (CAS) e Assuntos Econômicos (CAE), em regime de urgência.

 

fonte: https://ptnosenado.org.br/mulheres-pedem-agilidade-na-tramitacao-de-pl-da-igualdade-salarial/


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