Quase lá: Nota de apoio e solidariedade à ministra Anielle Franco e às demais denunciantes

Diante da gravidade dos fatos, o Instituto Patrícia Galvão — organização feminista que há mais de 20 anos se dedica a enfrentar as diversas formas de violência contra mulheres e meninas — vem a público expressar sua solidariedade e apoio às vítimas, exigindo que as denúncias sejam investigadas de forma célere, com rigor e sob uma perspectiva de gênero.

7 de setembro, 2024 Agência Patrícia Galvão

 Instituto Patricia Galvao2

Na última quinta-feira, 5 de setembro, fomos surpreendidas pela denúncia de assédio sexual envolvendo o então ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida, contra mulheres trabalhadoras do Ministério dos Direitos Humanos e a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

Diante da gravidade dos fatos, o Instituto Patrícia Galvão — organização feminista que há mais de 20 anos se dedica a enfrentar as diversas formas de violência contra mulheres e meninas — vem a público expressar sua solidariedade e apoio às vítimas, exigindo que as denúncias sejam investigadas de forma célere, com rigor e sob uma perspectiva de gênero.

Reconhecemos que o enfrentamento de questões tão delicadas e dolorosas pode ser um fardo solitário e desafiador, especialmente para mulheres que ocupam posições públicas de poder e carregam a representatividade de tantos grupos historicamente marginalizados em nosso país. No entanto, reforçamos a importância de romper o silêncio imposto pelo medo, pela vergonha e pela opressão. Somente por meio da denúncia e da visibilidade das situações de assédio e violência é que poderemos avançar em direção a uma democracia que respeite e valorize todas as mulheres em sua diversidade.

A pesquisa “Percepções sobre a violência e o assédio contra mulheres no trabalho”, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão em 2020, revelou um cenário alarmante no Brasil: 76% das mulheres já sofreram violência ou assédio no ambiente de trabalho. Entre os casos que foram denunciados, apenas 34% resultaram na escuta das vítimas e na punição dos agressores. Em 12% das ocorrências, as mulheres não tiveram sequer a chance de serem ouvidas.

Diante dessa realidade preocupante, é fundamental destacar o trabalho sério e comprometido da organização Me Too Brasil, que tem se dedicado incansavelmente ao acolhimento e apoio às mulheres vítimas de violência em nosso país, oferecendo suporte psicológico, jurídico e social às denunciantes, além de promover debates e defender políticas públicas que assegurem direitos e promovam a justiça.

Se você ou alguém que você conhece é vítima de assédio sexual, saiba onde buscar apoio clicando no link disponível aqui.

 

fonte: https://agenciapatriciagalvao.org.br/

 seta rosa

LEIA TAMBÉM

O papel das agências de Estado nos casos de assédio sexual e moral

Comissão de Investigação Independente do caso Boaventura de Sousa Santos: o padrão de assédio e abuso de poder foi finalmente reconhecido

Racismo, violência e Estado: três faces, uma única estrutura de dominação articulada – abordagem conceitual, volume 1


Matérias Publicadas por Data

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...