Primeira fase de pesquisa que analisa evolução da opinião de brasileiros sobre o tema mostra estabilidade em todos os segmentos sociais

CFEMEA

A opinião contrária à prisão de mulheres que praticam aborto vem crescendo no Brasil, em todos os segmentos sociais, incluindo pessoas católicas e evangélicas, segundo pesquisa realizada em parceria entre o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), o Observatório de Sexualidade e Política (SPW, na sigla em inglês – Sexuality Policy Watch Brasil) e o Centro de Estudos de Opinião Pública (CESOP/Unicamp). Nesta primeira fase, a análise sistematizou os dados das pesquisas de opinião realizadas pelo Instituto da Democracia entre 2018 e 2023, detalhando o posicionamento de cada segmento da sociedade desagregados por raça, faixa etária, religião, sexo/gênero e escolaridade.

A análise se debruçou sobre as respostas à pergunta “Você é ou não a favor que mulheres que abortam sejam presas?”, que só começou a ser feita pelos institutos de pesquisa de opinião no ano de 2018, como resultado da pressão e reivindicação dos movimentos de mulheres e feministas. Para Jolúzia Batista, articuladora política do Cfemea, a pergunta é estratégica para avançar no debate sobre o tema. “Essa pergunta traz maior complexidade ao tema do aborto, tirando o foco do moralismo e dos estigmas que historicamente permeiam esse debate”, destacou.

Outro detalhe importante apontado pela análise é o fato de que os posicionamentos favoráveis à criminalização do aborto não sofreram grandes variações ao longo do tempo, e sempre foram menores que as posições contrárias à prisão. Segundo o próprio relatório da pesquisa, isso revela “um elevado grau de empatia com essas pessoas que decidem interromper uma gestação não planejada” por parte da população.

A opinião do Brasil em relação a outros países

Além disso, a primeira fase da pesquisa também examinou a opinião da população brasileira em relação a outros países do mundo. Para isso, foram analisados dados relativos a uma série de pesquisas feitas pelo Instituto Ipsos entre 2014 e 2021. Sobre o assunto, a análise também mostrou uma evolução da opinião pública brasileira favorável ao direito ao aborto, posição que cresceu u 11 pontos percentuais no período analisado.

Essa análise mais detalhada é fundamental para a luta pela descriminalização e legalização do aborto, pois desconstrói a ideia de um país conservador, abrindo espaço para um diálogo mais qualificado e responsável, e que proteja os direitos sexuais e reprodutivos de meninas, mulheres e pessoas que gestam”, concluiu Jolúzia Batista.

Na próxima fase da análise serão detalhados outros aspectos revelados pelas pesquisas de opinião, abarcando um período maior de observação, com início em 1993.

O relatório da primeira fase da pesquisa está disponível AQUI.

 

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