Com a presença de cerca de 200 pessoas, entre representantes de Ongs, parlamentares, Movimento de Mulheres, CNDM (Conselho Nacional dos Direitos da Mulher), universitários e da Comunidade Solidária, foi lançado, em Brasília, no Foyer do Teatro Nacional, o Dicionário Mulheres do Brasil- de 1500 até a Atualidade. O evento foi promovido pelo CFEMEA, Bancada Feminina no Congresso Nacional, CNDM, Redeh e Arte sem Fronteiras e teve apoio da Caixa Econômica Federal, Fundação Ford e Unifem. A noite de autógrafo contou com @s autores do trabalho Schuma Schumaher e Érico Vital e com a presença de autoridades como o Secretário Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Justiça, Gilberto Sabóia, e a nova ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Ellen Gracie. O lançamento se transformou numa festa com coquetel, música da tradicional Orquestra de Senhoritas de Brasília, venda de livros, data-show, muita conversa e reencontro de feministas.

Schuma Schumaher fez questão de frisar que o Dicionário é uma obra coletiva e inacabada e que tantas outras mulheres não incluídas no livro são também “verbetes” da nossa história. “Fiquei apaixonado pelo projeto desde o início pelo ineditismo e pela causa social que ele defende. É um trabalho que reorganiza a visão da história do Brasil”, afirmou um dos autores do livro Érico Vital da produtora Arte Sem Fronteiras. Três mil exemplares do livro estão sendo vendidos em circuito comercial nas livrarias e 4000 volumes vão ser distribuídos em bibliotecas, universidades, centros de pesquisa, núcleos de estudos e ONGs. Vital lembrou que a partir de agora “a menina dos olhos” do projeto é o Kit Educação do MEC. Com o apoio do Ministério da Educação o trabalho deverá ser transformado em 5 videos, acompanhados de cartilhas para serem distribuídos a todos os professores do país. A previsão é que o Kit esteja pronto num prazo de 2 anos.

A ex-prefeita de São Paulo, deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), citada no livro, esteve no lançamento e afirmou que o Dicionário retrata a jornada épica das mulheres brasileiras na luta pela cidadania e preservação da história. “É a nossa renovação do compromisso com as utopias e sonhos. Espero que apareçam novos Dicionários com mais mulheres que defendam uma nação livre, soberana e justa.As mulheres que constam nesse primeiro livro foram as avalistas que nos permitiram chegar até aqui”. A presidente do CNDM, Solange Bentes ressaltou que o livro resgata a história das mulheres que contribuíram para a história deste país e que, até então, eram consideradas praticamente anônimas. “Se temos hoje uma mulher no Supremo é porque houve mulheres pioneiras como essas que foram retratadas no livro”, afirmou a ministra do STF, Ellen Gracie.

A aluna de Ciências Sociais da Universidade de Brasília, Ianni Barros, vibrou com o livro argumentando que a partir de agora existe uma fonte de pesquisa que retrata realmente a participação das mulheres na história do Brasil. A terapeuta corporal, Nilce Gomes, feminista e fundadora do SOS Mulher no Rio de Janeiro, disse que o livro passa a ser uma referência completa de informação para as mulheres mais jovens e também representa um registro histórico importante do movimento feminista. “Achei ótimo ver que as cangaceiras do Nordeste estão no livro”, disse entusiasmada Vanete Almeida, do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural de Pernambuco. A jornalista Mara Régia, da Rede de Mulheres do Rádio, lembrou que a pesquisa do livro teve a contribuição de mulheres da Amazônia, ouvintes de rádio, que através de cartas apresentaram sugestões de nomes de mulheres que fizeram a história do nosso país. “O Dicionário mostrou mulheres que não se julgavam protagonistas, nem tiveram consciência que poderiam entrar para a história, como por exemplo, a Mãe Luzia, parteira do Amapá”, conta Mara Régia.

O “Dicionário Mulheres do Brasil - de 1500 até a atualidade” tem mais de 500 páginas, 270 reproduções ilustrativas reunindo dados biográficos, temáticos, dados pessoais e fatos da vida de cerca de 900 mulheres que fizeram história no Brasil. Faz parte do projeto “Mulher 500 Anos Atrás dos Panos” que nasceu com a proposta de resgatar e divulgar a participação das mulheres na formação e no desenvolvimento do país sob um olhar feminino. O projeto é uma iniciativa da Ong, REDEH (Rede de Desenvolvimento Humano) do Rio de Janeiro com a Arte Sem Fronteira Produções. Conta com o apoio da Fundação Ford.


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