Quase lá: UnB e Anac desenvolvem projeto sobre presença de mulheres na aviação civil

Serão identificadas as dificuldades que impedem a participação das mulheres no setor, com objetivo de reduzir a desigualdade de gênero

  • Da Ascom, Gabinete da Reitoria da UnB
Equipes da UnB e da Anac na solenidade de assinatura do Termo de Execução Descentralizada que destina R$ 1,1 milhão para a realização do projeto Mulheres na Aviação Civil: Estudos para uma Regulação Inclusiva no Setor. Entre outras atividades, projeto vai desenvolver estudos para contribuir com tomadas de decisão do poder público. Foto: Cecília Lopes/Ascom GRE

 

A Universidade de Brasília e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) assinaram um Termo de Execução Descentralizada (TED) de R$ 1,1 milhão para o início do projeto de pesquisa Mulheres na Aviação Civil: Estudos para uma Regulação Inclusiva no Setor. O objetivo é mapear a participação de mulheres no setor aeronáutico brasileiro e levantar dados para subsidiar as decisões de atores públicos com vistas a reduzir a desigualdade de gênero. A cerimônia para a celebração da parceria foi realizada na manhã de sexta-feira (23), no Salão de Atos da Reitoria.

“A participação feminina na indústria da aviação civil é baixa em todos os países. De acordo com dados da Anac, no mundo, as mulheres ocupam apenas 5% dos cargos de piloto. No Brasil, a estimativa é de que o índice seja ainda menor, cerca de 3%”, afirma a coordenadora do projeto pela Faculdade de Direito (FD), professora Inez Lopes.

O diretor-presidente em exercício da Anac, Ricardo Catanant, explicou que o projeto se insere em uma estratégia para corrigir o problema da falta de equidade no setor da aviação civil. “É uma questão estratégica do ponto de vista social, político e econômico. Nossa expectativa é identificar, com a ajuda da UnB, quais são os gargalos que se constituem em barreiras para que esse setor tenha maior participação de mulheres”, disse. Catanant citou como exemplos a maioria de mulheres na atividade de comissárias de bordo, enquanto são minoria como pilotas de aeronaves.

A reitora Márcia Abrahão salientou que as unidades envolvidas no projeto têm experiências de sucesso em parcerias com o setor público. Foto: Cecília Lopes/Ascom GRE

 

A reitora Márcia Abrahão destacou a expertise das áreas envolvidas com o projeto. Além da FD, mais três unidades da UnB fazem parte da pesquisa, a Faculdade UnB Gama (FGA), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas (Face) e o Instituto de Psicologia (IP).

“São unidades com experiências muito bem-sucedidas em pesquisas com órgãos públicos. Tenho certeza que muito em breve terão resultados importantes para a Anac e para o nosso país. Esperamos conseguir mudanças concretas para garantir a equidade de gênero”, afirmou a reitora, que ressaltou dados apresentados pela revista Darcy sobre a baixa presença de mulheres em determinadas áreas do conhecimento. A atual edição da revista de jornalismo científico e cultural da UnB (nº 30) estimula o debate acerca das desigualdades de gênero.

A diretora da Faculdade de Direito da UnB, Daniela Marques de Moraes, ressaltou a importância da atuação de mulheres nos cargos de gestão da Universidade e a disposição da Anac, instituição de referência nacional e internacional, em discutir a desigualdade de gênero na aviação civil.

COLABORAÇÃO – Além da FD, o projeto conta com a participação da FGA, sob a coordenação da professora Polliana Cândida; da Face, com o professor Victor Rafael Celestino; e do IP, com a professora Carla Antloga.

Carla Antloga desenvolve pesquisa na área de trabalho feminino há cerca de 15 anos. Ela conta que as pesquisas têm demonstrado que é preciso agir para que mulheres ocupem locais de poder e de decisão. “Se ações concretas não forem tomadas, vamos levar muito mais tempo que imaginamos pra pensar em equidade de gênero”, alerta.

De acordo com a professora Inez Lopes, supervisora acadêmica do projeto Mulheres na Aviação Civil, a pesquisa permitirá identificar barreiras que impedem ou dificultam a participação das mulheres no mercado brasileiro de aviação civil, fomentar a produção científica sobre questões de gênero no setor e subsidiar tomadores de decisão em relação aos temas da área.

“Esse é um grande avanço em relação às questões de gênero em uma indústria com um peso enorme, em razão do tamanho de sua cadeia econômica e da importância estratégica para o país”, afirmou a professora Inez Lopes. “Tenho certeza que as participações da Anac e de todos os pesquisadores envolvidos vão render excelentes frutos, não apenas para uma melhor compreensão do tema do ponto de vista acadêmico, mas também na formulação, acompanhamento e avaliação de ações para promover a inclusão no setor.”

Em 2016, capitã aviadora da Força Aérea Brasileira (FAB) Carla Borges tornou-se a primeira mulher a comandar a aeronave presidencial brasileira. Ela também foi a primeira piloto da FAB a fazer voo solo em caça. Foto: Agência Força Aérea

 

Polliana Martins, que é formada em engenharia mecânica e trabalha com projeto aeronáutico e estruturas aeronáuticas, manifestou expectativas positivas para a transformação do mercado de trabalho a partir da pesquisa.

“Vamos ter oportunidade de tomar ações efetivas para aumentar a presença de mulheres na área de aviação civil. Vai fazer com que nós tenhamos mais cuidado e mais olhares voltados ao porquê dessa ausência e ao porquê da falta de tantas mulheres nesse mercado que está em crescimento. Nós precisamos tratar para que seja igualitário.”

A equipe será composta por cinco pesquisadores seniores, quatro pesquisadores de pós-graduação (mestrado e doutorado), dois de apoio técnico e seis graduandos ou graduados para apoio operacional. O projeto tem prazo inicial de 15 meses.

A Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape), vinculada à Universidade Federal de Goiás, fará a gestão financeira do projeto. A superintendente da Fundação, Kamila Rabelo, ressaltou a importância da temática e da parceria com a UnB. Atualmente, a Funape administra e gerencia 938 projetos, sendo 72 deles da UnB. “É uma parceria muito importante e que tem se consolidado.”

TEMA EM PAUTA – O ano de 2023 foi marcado por importantes ações de combate à desigualdade de gênero na Universidade de Brasília, principalmente nas áreas das ciências exatas. Nesse ano, a Semana Universitária – a maior da história da UnB, em número de atividades na programação – teve como tema O Futuro é Feminino.

Um edital inédito, Mulheres e Meninas na Ciência: o futuro é agora, selecionou 20 projetos de extensão, oferecendo duas bolsas em cada iniciativa. O objetivo foi incentivar a participação de mulheres nas áreas de ciência e tecnologia, buscando construir uma universidade mais inclusiva, participativa, multicultural, democrática, sustentável e criativa.

 

fonte: https://noticias.unb.br/pesquisas-estudos-e-projetos/7169-unb-e-anac-desenvolvem-projeto-sobre-presenca-de-mulheres-na-aviacao-civil

 

 


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