Quase lá: Uma genealogia do pensamento feminista negro no Brasil

Livro da Fundação Rosa Luxemburgo recupera vozes conhecidas e desconhecidas que se insurgiram contra as opressões. Do século XVIII à primeira década do XXI, 24 escritoras e alguns de seus textos são celebrados. OutrasPalavras sorteará um exemplar

BlogDaRedação

Publicado 23/11/2023 às 17:54 - OutrasPalavras .

 

No Brasil, há pelo menos 200 anos, mulheres negras escrevem acerca de sua condição. Diversas cartas, artigos de jornal, ensaios, letras de música, romances e crônicas guardam essa memória.

Infelizmente, boa parte desses escritos ainda não chegaram ao conhecimento da maioria da população. Ainda é vigente o apagamento histórico dessas mulheres. Porém, inúmeras são as iniciativas de recuperar esse legado.

Uma delas ocorreu em meados de 2019, quando a Fundação Rosa Luxemburgo e a Mazza Edições, através do minucioso trabalho de pesquisa de Bianca Santana, publicaram a obra Vozes insurgentes de mulheres negras – Do século XVIII à primeira década do século XXI.

Outras Palavras e Fundação Rosa Luxemburgo irão sortear 1 exemplar de Vozes insurgentes de mulheres negras – Do século XVIII à primeira década do século XXI, organizado por Bianca Santana, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 4/12, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!

Na edição, filósofas, catadoras, psicólogas, ialorixás, médicas, domésticas e deputadas denunciam opressões de gênero, raça e classe – da carta de próprio punho escrita por Esperança Garcia, considerada a primeira mulher advogada do Brasil, passando pelo pretuguês de Lélia González, até à poesia de Conceição Evaristo.

Textos de Maria Firmina dos Reis, Laudelina de Campos Melo, Maria Carolina de Jesus, Leci Brandão, Dona Ivone Lara, Mãe Stella de Oxóssi, Sueli Carneiro, Cidinha da Silva, entre outras, estão compilados no valioso volume.

Dessa maneira, vai se desvelando “o processo político-pedagógico que conduz a escrita das mulheres negras”, como afirma a jornalista e pesquisadora Juliana Gonçalves no prefácio.

Sendo assim, o livro é apenas um início para quem se interessar em conhecer melhor a trajetória de cada escritora, mas cumpre seu papel de fazer uma genealogia do pensamento feminista negro brasileiro.

No capítulo que reproduz o artigo de Luiza Bairros – ministra-chefe da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial no Brasil, entre 2011 e 2014 –, até a masculinidade negra é ponto de reflexão, afinal foram as feministas negras as primeiras a tocar no tema a partir de “uma perspectiva de reparação”, ecoando mais uma vez as palavras de Juliana Gonçalves.

Boa parte das – para não dizer todas – escritoras negras ficaram fora da historiografia oficial, reflexo indiscutível da associação do patriarcado, do racismo, do colonialismo e do capitalismo. Sambas e poesias foram perseguidos e apagados no transcurso dos silenciamentos históricos. É por isso que a obra faz o necessário e recupera, pelo menos em parte, o legado histórico, social e psíquico da experiência feminina negra no Brasil.

Para quem tiver interesse, no site da Fundação Rosa Luxemburgo é possível acessar o pdf da obra de maneira gratuita. Aproveite!


Em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, Outras Palavras irá sortear 1 exemplar de Vozes insurgentes de mulheres negras – Do século XVIII à primeira década do século XXI, organizado por Bianca Santana, entre quem apoia nosso jornalismo de profundidade e de perspectiva pós-capitalista. O sorteio estará aberto para inscrições até a segunda-feira do dia 4/12, às 14h. Os membros da rede Outros Quinhentos receberão o formulário de participação via e-mail no boletim enviado para quem contribui. Cadastre-se em nosso Apoia.se para ter acesso!


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