Oitenta alunas do ensino médio do Brasil são capacitadas por programa da Embaixada dos EUA para criar soluções para problemas de acessibilidade e inclusão

 

Projeto Power 4 Girls é uma iniciativa da Embaixada dos Estados Unidos voltada para jovens alunas de todo o país -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Projeto Power 4 Girls é uma iniciativa da Embaixada dos Estados Unidos voltada para jovens alunas de todo o país - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
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Laezia Bezerra - Correio Braziliense
postado em 08/10/2023 03:55 

Alunas do ensino médio da rede pública de todo o país foram selecionadas para o programa Power4Girls, uma iniciativa da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos (EUA), que conta com a implementação do Instituto Gloria e apoio do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

A ideia do programa é estimular e empoderar meninas a partir de 16 anos por meio da criatividade e inovação ao empreendedorismo para encontrar soluções criativas sobre problemas relacionados à acessibilidade e à inclusão. Oitenta alunas do ensino médio da rede pública do Brasil foram selecionadas para participar, entre abril e setembro deste ano, do Power4Girls — Empower to Lead.

Aprimoramento

Durante cinco meses, as estudantes aprimoraram práticas de liderança, empoderamento e empreendedorismo feminino. As selecionadas criaram projetos que deverão solucionar questões na área de falta de acessibilidade. Para o porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Luke Ortega, a iniciativa visa qualificar estudantes femininas de várias partes do Brasil no desenvolvimento de projetos voltados à acessibilidade.

"Estamos extremamente orgulhosos em patrocinar o programa neste ano. O trabalho engloba todos os institutos federais do Brasil, que têm como base valores vinculados ao empreendedorismo. Foram cinco meses de construção. Sem dúvida, a proposta causa impacto pela grandiosidade e importância. É também uma oportunidade para estreitarmos laços entre o Brasil e os Estados Unidos. É importante essa representação dos institutos brasileiros, além de ser uma oportunidade para jovens mulheres se destacarem na educação do país", ressalta.

Segundo ele, foram apresentados 300 projetos desde o início do campeonato, sendo que apenas 20 foram selecionados para a final. Os grupos foram divididos em equipes de quatro alunas, com um orientador e um mentor, formando seis pessoas no total, para cada projeto. Nesse período, as estudantes participaram de oficinas, palestras, webinares, atividades interativas on-line e se aprofundaram em temas sobre liderança, empoderamento e empreendedorismo feminino por meio da criatividade e inovação, bem como desenvolvimento e gestão.

Os projetos finalistas foram selecionados pelo Comitê de seleção do Power4Girls, responsável pela avaliação das melhores ideias. O encerramento do programa foi em Brasília, onde as participantes tiveram a oportunidade de apresentar seus trabalhos, receber os certificados de participação e fazer um pitch final em uma feira de inovação. Os três melhores projetos foram premiados.

Inspiração

Lanna Rebeca Câmara Noronha, 16 anos, estudante de agronomia, é uma das responsáveis pelo protótipo Inclusão100Limites, que consiste numa cadeira com rodas carroçáveis, cujo objetivo é a inclusão de uma pessoa cadeirante ou com mobilidade reduzida, a zonas rurais de difícil acesso. O projeto foi desenvolvido por ela e pelas colegas Ana Beatriz Alves de Almeida, 16, do mesmo curso, e Ana Luiza Targino Bandeira, 17, e Maria Júlia Silveira Sena de Moura, 17, alunas do curso de química. As quatro estudam no Instituto Federal do Rio Grande do Norte — Campus Apodi (IFRN).

Lanna Rebeca conta que a ideia surgiu a partir da falta de acessibilidade na própria escola. A estudante viu uma colega que é cadeirante desistir do curso de agronomia porque não conseguia se locomover no campus da fazenda onde o curso é ministrado. "Esse problema interno da nossa escola tirou uma colega do curso, que precisou pedir transferência para outra modalidade. Ela foi a inspiração que tivemos para criar o protótipo. Nosso propósito é mostrar para esse público que também pode ter acesso a qualquer lugar, principalmente nas zonas rurais, locais onde há maior dificuldade", destaca.

Esteiras carroçais

Ana Beatriz de Almeida reforça que foi a partir disso que o grupo pensou, também, nas esteiras carroçais."Eu sinto orgulho em falar especificamente dessa parte, porque é exatamente esse modelo, que costumamos dizer que se parece com um tanque de guerra, que vai proporcionar ao agricultor cadeirante o acesso às áreas das zonas rurais e permitir a inclusão dele nestes locais", ressalta.

As alunas do IFRN foram orientadas pelos professores Andreia Santos e Eric Queiroz durante todo o processo de desenvolvimento do protótipo. "Participar do projeto desde que era apenas uma ideia embrionária, acompanhar o desenvolvimento na comunicação de cada uma das meninas e chegar à final é realmente gratificante para nós. Não basta só ganhar. Participar e estar aqui mostra o quanto estão preparadas, confiantes e o diferencial de cada uma delas", enfatiza Andreia.

Óculos diferentes

Estudante do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul - Campus Campo Grande (IFMS - CG) Amanda Vitória Pessoa Nantes dos Santos, 16, desenvolveu ao lado das colegas Ana Luiza Guerra de Oliveira 17, Cattarina Suarez Gobbo 16, Eduarda Gimenez Silveira 16, todas estudantes de mecânica, o projeto Specula, que é a confecção de um óculos com sistema similar a uma máscara de solda, para pessoas que possuem Epilepsia Fotossensível e dificuldade de ir ao cinema ou qualquer outro lugar (onde as luzes desencadeiam ataques epilépticos, tonturas e mal-estar).

"Nossa ideia é proporcionar a estas pessoas acesso a momentos de lazer de forma normal. Os óculos vão permitir além do cinema, que elas participem de shows ou qualquer outro tipo de evento que tenha luz alta, até mesmo no trânsito, sem que ela se sintam mal. Queremos sugerir que os estabelecimentos, ao oferecerem eventos, já incluam os óculos no pacote, para serem usados na ocasião", frisa. As alunas do IFMS - CG contaram com a orientação e mentoria dos professores Marcos Vinicius de Oliveira Teixeira e Célio Pinheiro Gianelli.

fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/10/5131414-alunas-brasileiras-da-rede-publica-na-linha-de-frente-pela-inclusao.html

 


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