Coordenado pelo Ministério da Saúde, grupo reúne outras oito pastas com objetivo de eliminar, até 2030, doenças que acometem populações de maior vulnerabilidade social

Ministério da Saúde em 06/06/2023 17h47

 

De forma inédita, nove ministérios se reúnem para elaborar estratégias de eliminação de doenças que acometem, de forma mais intensa, as populações de maior vulnerabilidade social. O Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (CIEDS) será instalado nesta terça-feira (6), em cerimônia realizada na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), em Brasília (DF). Entre os objetivos, também está o desenvolvimento de ações articuladas para alcançar inclusão social e cuidado integral às pessoas com tuberculose ou outras doenças determinadas socialmente.

O evento contará a presença de ministros e representantes dos nove ministérios integrantes do CIEDS. São eles: Ministério da Saúde, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Educação, da Igualdade Racial, da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas.

Coordenado pelo Ministério da Saúde, o grupo irá funcionar até janeiro de 2030. Dados da pasta apontam que, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. O plano de trabalho inicial inclui enfrentar 11 dessas enfermidades – como malária, esquistossomose, doença de Chagas e hepatites virais - além da transmissão vertical da sífilis, hepatite B e do HIV.  Essa estratégia está prevista nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A meta é que a maioria dessas doenças sejam eliminadas como problema de saúde pública – são elas: doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncorcercose e geo-helmintíases. Para outras enfermidades, como tuberculose, HIV e hanseníase, o objetivo é atingir as metas operacionais de redução e controle propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) até 2030. Já para doenças como HIV, sífilis e hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical, ou seja, quando a doença é passada de mãe para filho.

A instalação do CIEDS é parte da premissa que garantir o acesso apenas ao tratamento em saúde não é suficiente para atingir essas metas. É preciso propor políticas públicas intersetoriais que sejam voltadas para a equidade em saúde e para a redução das desigualdades sociais, fator diretamente ligado às causas do problema.

Tuberculose

Para eliminação da tuberculose, as metas são reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e o número de mortes para menos de 230 por ano. O Brasil é signatário do conjunto de recomendações estabelecidas pela Declaração Política da 1ª Reunião de Alto Nível da ONU sobre tuberculose, das metas da Estratégia Global pelo Fim da TB e da agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil - um aumento de 4,9% em relação à 2021. Em 2021, 5 mil óbitos foram registrados pela doença no país, segundo informações da última edição especial do Boletim Epidemiológico.

A meta do Ministério da Saúde é alcançar as populações prioritárias e mais vulneráveis para doença, como pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo com HIV/AIDS, imigrantes e comunidades indígenas. Uma das principais formas de prevenção é a imunização com a vacina BCG, logo após o nascimento.

Malária

A eliminação da malária no Brasil até 2035 é uma das prioridades do Ministério da Saúde. A doença representa um grande problema de saúde pública no país, com 99% dos casos concentrados na região amazônica e com incidência maior nas populações de maior vulnerabilidade social. Em 2022, de acordo com dados preliminares, foram registrados 129,1 mil casos no país com redução de 8,1% em relação a 2021. Apesar da queda, o país não atingiu a meta estabelecida, de no máximo 113 mil notificações para o número de casos autóctones, alcançando um resultado de quase 127 mil casos contraídos localmente.

Nesta terça-feira (6), o Ministério da Saúde incorporou a tafenoquina, medicamento de dose única usada para combater a malária por Plasmodium vivax. Esse é o tipo mais comum de malária, responsável por 83% dos casos da doença no Brasil em 2021. O novo fármaco deve facilitar a adesão dos pacientes ao tratamento, com consequente melhora na eficácia das intervenções farmacêuticas. O parecer favorável foi emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) na última semana. O teste G6PD também foi incorporado ao SUS, como tecnologia auxiliar no diagnóstico.

HIV/Aids

Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil, sendo que, destas, 900 mil conhecem seu diagnóstico. Nesse cenário, a meta é ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento; e, dessas em tratamento, ter 95% com carga viral controlada.

Hanseníase

Para a hanseníase, a meta é a interrupção da transmissão em 99% dos municípios, a eliminação da doença em 75% dos municípios e a redução de 30% do número absoluto de novos casos com grau de incapacidade física aparente no momento do diagnóstico em 2030.

Objetivos do comitê interministerial até 2030

Eliminar 8 doenças

Alcançar metas operacionais da OMS

Eliminar a transmissão vertical

Chagas

Tuberculose

HIV

Malária

HIV

Sífilis

Hepatites Virais

Hanseníase

Hepatite B

Tracoma

 

Filariose

 

Esquistossomose

 

Oncorcercose

 

Geo-helmintíases

 

Metas Operacionais da OMS

 

Tuberculose

Reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e as mortes para menos de 230 por ano

HIV

Alcançar o índice de 95% das pessoas diagnosticadas, em tratamento e com carga viral controlada

Hanseníase

Interromper a transmissão em 99% dos municípios, eliminar a doença em 75% dos municípios, reduzir em 30% o número de novos casos

Ministério da Saúde

Saúde e Vigilância Sanitária

Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

Cfemea Perfil Parlamentar

Violência contra as mulheres em dados

Logomarca NPNM

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Estudo: Elas que Lutam

CLIQUE PARA BAIXAR

ELAS QUE LUTAM - As mulheres e a sustentação da vida na pandemia é um estudo inicial
sobre as ações de solidariedade e cuidado lideradas pelas mulheres durante esta longa pandemia.

legalizar aborto

Veja o que foi publicado no Portal do Cfemea por data

nosso voto2

...