Mulheres de Fortaleza pedem por justiça no maior julgamento de violência policial do ano

Começa no dia 20 de junho o julgamento dos 34 policiais militares acusados de matar 11 pessoas na Chacina do Curió, ocorrida em 2015, na Grande Messejana, periferia de Fortaleza. Desde então, mães e familiares da vítimas lutam por justiça, articuladas com movimentos de mulheres de todo o país. Depois de sete anos e meio, elas estarão frente a frente com os executores de seus filhos, maridos, irmãos. Esse será o maior julgamento do ano no país e o que tem o maior número de militares no banco dos réus desde o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 2006, no Pará

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Pesquisadores de gênero, sexualidade e esportes discutem as limitações na inclusão de mulheres cis, trans e negras na busca para conquistar espaços esportivos

https://jornal.usp.br/?p=642489

23/05/2023
Por 
 
 

Encontro Mulheres e o Esporte: histórias e memória terá lugar na Faculdade de Educação (FE) da USP – Foto: Freepik

A Faculdade de Educação (FE) da USP promoverá nesta quarta-feira, 24 de maio, o evento Mulheres e o Esporte: histórias e memória, que relembra trajetórias de mulheres brasileiras no esporte. O encontro será aberto ao público, das 8 às 18 horas, na sala 110 da FE.


Katia Rubio – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

De acordo com a organizadora do evento, professora Katia Rubio, associada da FE, o evento apresenta a participação das mulheres brasileiras no esporte olímpico, trazendo referenciais históricos da trajetória feminina na busca por alcançar espaços esportivos. “É necessário entendermos o que aconteceu para que as conquistas das mulheres fossem tão menos frequentes que as dos homens”, afirma a docente, que também é coordenadora do Grupo de Estudos Olímpicos (GEO) da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP. Há mais de 20 anos, Katia desenvolve pesquisa sobre atletas olímpicos brasileiros, com análises sobre a participação das mulheres no esporte e na conquista de suas primeiras medalhas.

Programação

O encontro começa às 8 horas, com integrantes do GEO refletindo sobre o livro A Invenção das Mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero, de Oyèrónkẹ Oyěwùmí. A autora nigeriana propõe uma análise crítica dos discursos ocidentais sobre o conceito de gênero, ressaltando a tentativa de universalização das diferenças sexuais como base lógica para organizar o mundo social. O encontro poderá ser acompanhado por vídeo neste link, que apresenta o livro de Oyèrónke. 

Em seguida, às 14 horas, acontece um debate acerca das dificuldades de se incluir mulheres no esporte, para além do machismo e do patriarcado. As discussões serão conduzidas por Katia e sua orientanda de doutorado, Waleska Vigo, que desenvolve pesquisa no campo de gênero, sexualidade e esportes, com o tema Corpos desobedientes: gênero, elegibilidade e o tensionamento da categorização esportiva olímpica por atletas trans e intersexo, na EEFE da USP. 

Esporte limitador

Ao Jornal da USP, Katia explica que o atraso da participação feminina no esporte advém, principalmente, de uma legislação excludente. “Não se trata apenas de algo moral relacionado ao machismo. Há também uma questão legal que estruturou uma proibição de cinco décadas, o que impactou o desenvolvimento do esporte feminino.”


Waleska Vigo – Foto: IEA

 

Além disso, a professora observa, em suas pesquisas, o silenciamento das mulheres na luta contra o patriarcado nos esportes. “Eu esperava que fossem aparecer o preconceito, a discriminação e a falta de apoio na narrativa das atletas, mas poucas fizeram referências a essas questões”, conta Katia. “Ocorre a naturalização do esporte vindo de homens brancos, cisgêneros, heterossexuais, colonialistas e europeus e o silenciamento das mulheres para que elas possam simplesmente participar dos jogos olímpicos”, complementa. 

(Trans)formação necessária

Segundo a professora, a inclusão de mulheres no esporte se torna ainda mais difícil para atletas trans, negras e latino-americanas. “Existe um ideal feminino branco e europeu que discrimina aquelas que fogem desse estereótipo”, lamenta Katia. “Precisamos questionar e não nos calar diante dessa discriminação”, afirma ela. 

Desde 31 de março, atletas trans foram proibidas de competir na categoria feminina de atletismo em eventos internacionais pela World Athletics, organização que gere a modalidade esportiva mundialmente. O conselho da World Athletics também votou para reduzir a quantidade de testosterona no sangue permitida para atletas com diferenças no desenvolvimento sexual. A justificativa utilizada foi de “proteger a categoria feminina”.

Em uma entrevista à Folha, comentando o caso de proibição de atletas trans pela Associação Mundial de Atletismo, Waleska Vigo elenca algumas limitações no esporte. “As mulheres trans são rejeitadas pela própria categoria feminina, por causa da desqualificação de seus resultados”, afirma a pesquisadora, citando a questão da diferença de testosterona entre as participantes, frequentemente utilizada para problematizar a participação trans nas competições.

O evento da FE será registrado pela produtora audiovisual Truque Produtora de Cinema, TV e Vídeo Ltda. e Canal Azul Filmes, como parte da produção de um documentário a ser transmitido posteriormente pela ESPN sobre mulheres que enfrentam o patriarcado praticando atividades esportivas consideradas masculinas. 

Mais informações: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

fonte: https://jornal.usp.br/diversidade/evento-na-usp-resgata-a-historia-das-mulheres-atletas-brasileiras/


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