Quase lá: Taxa de internações de bebês com desnutrição é a maior em 13 anos

Os dados apontam que bebês negros (pretos e pardos) respondem por duas de cada três internações por desnutrição registradas entre janeiro de 2018 e agosto de 2022 no sistema público de saúde.

A reportagem é publicada por Jornal Extra Classe, 08-11-2022.

Um levantamento feito pelo Observa Infância, da Fiocruz, mostra que a taxa de desnutrição de bebês cresceu no país. Conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, foram realizadas 2.979 hospitalizações abaixo de um ano de idade, o maior número absoluto dos últimos 13 anos.

Foram hospitalizadas por dia, em média, 8 crianças nessa faixa etária devido à insegurança alimentar. Já, de janeiro a agosto de 2022, foram internados 2.115 bebês por falta de alimentação adequada. Se comparada ao ano anterior, uma elevação na taxa em 7% em menos de um ano.

Os dados apontam que bebês negros (pretos e pardos) respondem por duas de cada três internações por desnutrição registradas entre janeiro de 2018 e agosto de 2022 no sistema público de saúde.

Para o cálculo, foram considerados apenas os casos em que há registro de raça/cor. Entre 2018 e 2021, o país registrou 13.202 hospitalizações por desnutrição entre menores de um ano. Destas, 5.246 foram de bebês pretos e pardos, mas falta informação sobre raça/cor em um de cada três registros.

“Ainda precisamos melhorar muito a identificação por raça e cor nos nossos sistemas de informação, mas com os dados que temos, é possível afirmar que temos uma proporção maior de crianças pretas e pardas internadas por desnutrição”, afirma Cristiano Boccolini, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância.

Para o número de internações por desnutrição (2009-2021), Boccolini trabalhou com dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) consultados em 18 de outubro deste ano. Para os registros de 2022, o coordenador do Observa Infância usou dados consultados em 24 de outubro.

Para as taxas de hospitalização e mortalidade, o cálculo também incluiu dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), disponíveis até o ano de 2020. Os dados coletados no SIM podem sofrer alterações devido ao tempo necessário para finalizar os registros no sistema.

Taxa de hospitalização

Desde 2016, a taxa de hospitalização por desnutrição entre bebês menores de um ano vem subindo no Brasil, mas chegou à pior marca em 2021, com 113 internações para cada 100 mil nascidos vivos, um aumento de 51% em relação a 2011, quando o país registrou 75 hospitalizações de bebês para cada 100 mil nascidos vivos, a menor taxa do período analisado, considerando os anos completos (2009-2021).

A tendência é diferente da observada no número de mortes e na taxa de mortalidade pela mesma causa nessa faixa etária, que registra queda constante desde 2009 e chegou à menor marca em 2020, último ano com dados consolidados.

Região Sul registrou queda

Região Sul foi a única que apontou queda na taxa de hospitalização por desnutrição em menores de um ano entre 2020 e 2021. Já a Região Centro-Oeste foi a que registrou o maior aumento: 30% entre o primeiro e o segundo ano da pandemia.

Ainda assim, a pior taxa de hospitalização por desnutrição ocorreu no Nordeste, região onde foram informadas 171 internações de bebês menores de um ano para cada 100 mil nascidos vivos em 2021, 51% acima da taxa nacional.

Leia mais

fonte: https://www.ihu.unisinos.br/623752-taxa-de-internacoes-de-bebes-com-desnutricao-e-a-maior-em-13-anos


Artigos do CFEMEA

Coloque seu email em nossa lista

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

Informe sobre o monitoramento do Congresso Nacional maio-junho 2023

legalizar aborto

...