Representantes do CFEMEA e da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) estiveram, em fevereiro, com o Ministro da Saúde, José Serra, discutindo um aspecto ainda polêmico do atendimento a vítimas de violência sexual no SUS: a prevenção da Aids. Hoje já existem medicamentos capazes de evitar a contaminação pelo vírus HIV se administrados em um curto período após o contato com o vírus. É esse tratamento que utilizam, por exemplo, os profissionais da saúde que tenham contato acidental com o vírus, como uma enfermeira que venha a ser picada por uma agulha com sangue contaminado. Nesses casos, o profissional tem à sua disposição um protocolo do Ministério que assegura um tratamento com a utilização de um medicamento que bloqueia a multiplicação do vírus no organismo, denominado antiretroviral.

Sabendo disso, o movimento de mulheres discute a possibilidade de que as vítimas de estupro também tenham acesso a esse tratamento para evitar um possível contágio pelo HIV. Foi essa preocupação que o Ministro Serra ouviu na audiência do dia 15 de fevereiro, solicitada pelo deputado federal Dr. Rosinha (PT/PR), que participou da conversa.

A preocupação inicial do Ministro foi com os custos que esse tratamento imporia ao SUS. Para aprofundar a discussão, Serra encaminhou o grupo para uma conversa com o Secretário Nacional de Políticas Públicas para Saúde, Cláudio Duarte. A conversa com Duarte, que contou com a participação do então coordenador nacional de DST/Aids, Pedro Chequer, e a coordenadora da área técnica de saúde da mulher, Tânia Lago, foi bastante proveitosa, apontando para a necessidade de o Ministério abrir um debate participativo para se chegar a soluções consensuais. A discussão está se iniciando, e alguns serviços neste sentido já estão sendo experimentados em diferentes estados do Brasil.


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