“Quem controla o corpo e a sexualidade pode, com mais facilidade, controlar outros aspectos da vida”.

Março 2008 - edição 155 - 20 anos de luta

A edição 155, de 2008, chegou com um colorido e um design completamente novos, pela primeira vez em 16 anos. A nova diagramação daria a cara do Jornal Fêmea até hoje. O jornal comemorava 20 anos da Constituição Brasileira de 1988, impulsora da fundação do próprio Cfemea, que comemoraria seus 20 anos de fundação, em julho de 2009.

A equipe do Cfemea já se preparava para acompanhar de perto as eleições municipais para prefeituras e câmaras de vereador@s. Outro debate que estava a todo o vapor - assim como hoje em dia - era a relação entre Política e Religião, com destaque para a defesa da autonomia da mulher.

Na entrevista de Dulce Xavier, na época integrante da ONG Católicas Pelo Direito de Decidir, um dos temas discutidos era a “Campanha da Fraternidade”, que se manifestava contra o uso de camisinhas, mesmo com os elevados índices de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Hoje, o fundamentalismo se mostra sob diferentes formas, desde o projeto de um Estatuto do Nascituro até a ameaça de uma CPI do Aborto que busca criminalizar organizações que atuam em defesa da legalização da interrupção da gravidez voluntária. Como diz Dulce, “impedir o acesso aos meios contraceptivos e ao aborto, para os grupos religiosos fundamentalistas, é a maneira de “defender” a família e a “moral” cristã. O controle sobre os corpos e a sexualidade, especialmente das mulheres, é um exercício do poder sobre as pessoas.


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