A Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular vem atuando no Congresso Nacional desde o último governo e é uma iniciativa pioneira na América Latina na articulação entre sociedade civil e parlamentares

Suelen Gonçalves (assessora parlamentar), Jolúzia Batista (Cfemea), Fernanda Melchionna (PSOL/RS),
Reginete Bispo (PT/RS), Clara Wardi (Cfemea) e Schuma Schumaher (Redeh). Foto: Verônica Lima (Cfemea)

Representantes da Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular no Congresso Nacional se reuniram na Câmara dos deputados para debater as estratégias da Frente, que está em processo de consolidação. Estiveram presentes as deputadas Fernanda Melchionna (PSOL/RS) e Reginete Bispo (PT/RS), além de ativistas do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh) e da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa), que compõem a frente.

O encontro ocorrido nesta terça-feira, 07/11, buscou estreitar o diálogo entre parlamentares e os movimentos de mulheres e feministas, resgatando as ações da Frente nos últimos anos e traçando estratégias de ação para a atual legislatura. A deputada Reginete Bispo ressaltou a importância da iniciativa para fortalecer a resistência política na defesa dos direitos das mulheres e dos mandatos de deputadas. “A Frente foi a principal iniciativa nos últimos anos contra o machismo e os abusos de autoridade dentro da Câmara, especialmente com a campanha Elas Ficam, que mobilizou o país. Isso mostra a potência dessa Frente”. Para ela, o antirracismo é uma agenda fundamental para a Frente. “Na minha opinião são as mulheres que vêm revolucionando a política, trazendo outros conceitos, outras formas de se mobilizar, inclusive para a própria esquerda”, completou.  

Encontro reuniu parlamentares e representantes de movimentos de mulheres. Foto: Verônica Lima (Cfemea)

Fernanda Melchionna também ressaltou a importância da Frente na última legislatura, e defendeu que com o novo governo é preciso avançar. “A Frente foi resistência, e agora precisa ser um instrumento de política mais afirmativa e propositiva. Continuaremos resistindo à extrema direita, mas precisamos fazer frente de forma altiva e também colocando nossos argumentos para a população”, destacou a deputada do PSOL. 

Na avaliação de Jolúzia Batista, articuladora política do Cfemea, o encontro foi positivo. “Essa articulação é fundamental para avançarmos na instalação formal da Frente, que já vem atuando ativamente em vários projetos que tramitam no Congresso Nacional para garantir os direitos das mulheres e meninas”, ressaltou. 

Para a representante da Redeh, Schuma Schumaher, o apoio de parlamentares à pauta dos movimentos de mulheres é essencial no atual momento político do país. “O reconhecimento da importância da agenda em defesa dos direitos das mulheres por deputados e deputadas é essencial para fortalecer a democracia brasileira”, salientou. 

A Frente Parlamentar Feminista Antirracista com Participação Popular é uma iniciativa pioneira na América Latina na articulação entre sociedade civil e parlamentares. A instalação formal da Frente, que deve acontecer nos próximos meses, institucionaliza a interlocução entre movimentos sociais e o poder legislativo na garantia de direitos e na formulação de políticas públicas alinhadas às demandas das mulheres e ao antirracismo. 

Texto: Verônica Lima (Cfemea).


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