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Unificando a sociologia e o socialismo temos os elementos necessários de crítica e ação para a análise do sistema e a superação do capitalismo. Precisamos radicalizar as massas e acirrar a luta de classes para construir uma nova forma de pensar e atuar na transformação do mundo.

Ato organizado pelo MNU na Praça da Sé, em 1979. Clóvis Moura participou do movimento e o Florestan Fernandes comenta sobre o movimento. (Foto: Ennio Brauns)

Extraído do livro Por uma implosão da sociologia (editora Terra sem amos, 2024).


“É impossível separar a investigação sociológica do movimento socialista, isolando a sociologia do socialismo. A realidade impõe que ambos avancem interligados, influenciando-se de maneira permanente, profunda e fecunda”.
Florestan Fernandes, 1975

Quando pensei neste livro, o subtítulo iria conter a frase “por uma sociologia antiacadêmica”, não sei se é exatamente o termo que gostaria de usar. Sim, existe um problema na universidade, ela segue modelo e ideais, formas e conteúdos burgueses, e é um dos instrumentos de manutenção do status quo, ou seja, do pensamento predominante.

Uma transformação extremamente radical é a única coisa que poderia colocar a sociologia dentro de uma resposta assim, tendo em vista que, enquanto não houver a transformação total, ela ficará nas mãos dos espaços institucionais, separando pesquisadores e pesquisas, transformando tudo que olha e toca em objeto. Obviamente, essa é uma generalização polêmica, para já colocar as bases que inspiram esse texto, que é de enfrentamento e conflito, por uma sociologia efetivamente popular.

O ponto inicial desse debate não é nada fácil. De um lado busco nesse livro debater com a intelectualidade reservada aos campos institucionais, aos espaços universitários e até presente em certa esquerda que se distancia de suas bases. De outro lado buscamos reforçar a necessidade da pesquisa, do estudo e do alinhamento entre isso e a ação, construindo assim o que chamaremos de “práxis revolucionária”, mas expondo que isso pode acontecer pelas e para as e os condenados da terra.

“Unificando a sociologia e o socialismo temos um dos elementos necessários de crítica e ação para a análise do sistema e a superação do mesmo.”

Portanto, seguimos a ideia deixada por aqueles que vieram antes de nós de pensarmos não apenas o estudo em si, mas a nossa luta no centro de um debate que se unifica. Ou seja, colocar a sociologia como necessidade da base de transformação da sociedade, a partir de setores de fora da academia, não elimina, mas, pelo contrário, coloca a sociologia da universidade em novos parâmetros.

Unificando a sociologia e o socialismo temos um dos elementos necessários de crítica e ação para a análise do sistema e a superação do mesmo. Precisamos então colocar no roteiro da nossa análise, o que seria uma primeira forma de sociologia crítica e como é possível passar disso à implosão sociológica.

Como reinventar a sociologia

A defesa dessa implosão será feita, no decorrer do livro, através de um resgate do materialismo histórico-dialético, mas também de análises que buscam trazer esse passo de crítica e atuação para as bases do movimento revolucionário. Com isso, contaremos menos com uma crítica direta à sociologia mais comumente utilizada, e mais com propostas e avanços para a construção de alternativas.

Quando Frantz Fanon se nega a ser um revolucionário profissional, ou seja, se nega a ser alguém que estuda a revolução, mas não atua nela, nos inspira a dar passos nesse sentido a partir do que aqui for apresentado. Como diz Clóvis Moura, “Devoremos a esfinge antes que ela nos decifre”.

“A implosão sociológica busca a radicalização das massas, o acirramento da luta de classes e a construção conjunta por uma nova forma de pensar e de atuar.”

Colocar o pensamento social e a luta dos condenados da terra no centro do debate nos obriga a estarmos conjuntamente neste centro.

Portanto, a proposta de uma “implosão sociológica” conta com um enfrentamento direto aos padrões de dominação, aos padrões de estudo e aos padrões que são utilizados inclusive por aliados para nos manter nas rédeas. A implosão sociológica busca a radicalização das massas, o acirramento da luta de classes e a construção conjunta por uma nova forma de pensar e de atuar, interferindo para a construção de uma nova realidade social.


Próximos lançamentos

— Belo Horizonte, dia 13/04, às 16:00, na ocupação Kasa Invisivel
— Rio de Janeiro, dia 27/04, às 15:00, no Centro de Cultura Social

 

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