A Ministra da Justiça da Suécia, Laila Freinalds, acompanhada de dois representantes do Ministério e do embaixador da Suécia no Brasil, Christer Manhusen, visitou o CFEMEA em dezembro do ano passado. É a segunda vez que uma ministra de país europeu visita o CFEMEA. A primeira foi Herta Däubler-Gmelin, Ministra da Justiça da Alemanha.

Laila Freinalds, trabalha com o combate a violência doméstica, quis saber como o Governo brasileiro lida com essa realidade e como o CFEMEA trabalha em relação ao tema. Ela destacou que a Suécia possui 9 milhões de habitantes e que o problema da violência doméstica já tem soluções bastante positivas, embora a situação ainda persista. Anualmente ocorrem cerca de 100 assassinatos de mulheres, dos quais 50% são decorrentes da violência doméstica. O Governo da Suécia procurou enfrentar o problema de forma rápida. Pela legislação a violência doméstica é considerada crime e a mulher violentada tem direito a seu próprio advogado pago pelo Estado. O processo é julgado com rapidez. Em apenas três semanas é dada a sentença final. A violência doméstica também ganhou o apoio da mídia na Suécia que sempre denuncia os maus tratos contra as mulheres. O tema tornou-se público e teve apoio político favorecendo uma legislação mais moderna sobre o assunto.

A ministra também falou sobre a situação das mulheres na política em seu país. Lembrou que há 15 anos as mulheres tomaram uma decisão importante. Anunciaram que se os partidos não abrissem espaço para as mulheres, elas iriam fundar um "partido só de mulheres". A reação foi imediata. Atualmente as mulheres ocupam 40% do parlamento e mais de 50% do Executivo. Dos 20 ministérios, 11 são ocupados por mulheres. "Precisamos sempre lutar para obter novas conquistas já que os direitos das mulheres não são perfeitos em nenhum lugar do mundo", ressaltou Laila Freinalds.

As representantes do CFEMEA explicaram à comitiva da Suécia que a situação da violência doméstica e das mulheres na política no Brasil ainda é difícil. O CFEMEA lembrou o número ainda reduzido de mulheres parlamentares no Congresso Nacional e a falta de averiguação das denúncias e a demora no andamento dos processos. Citou também os poucos recursos vindos da União para a construção e manutenção de casas abrigo em todo o País para apoiar as mulheres vítimas de violência.


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