Que venha 2014 e, tomara, seja muito melhor! Nós aqui no CFEMEA chegamos ao final do ano dispostas a ousar! Mexidas, removidas, alavancadas e acima de tudo, animadas pela surpreendente explosão da indignação cidadã em 2013 (capa desta edição), vamos chegar ao ano novo mais atrevidas, dispostas a incorrer em riscos para renovar nossas energias, nossos movimentos, nós mesmas - ativistas, artivistas, feministas, libertárias.

Com você, que é noss@ leitor@, queremos compartilhar nossa decisão de dar lugar a encontros inéditos, imprevistos e a aproximações desejadas entre um@s e outr@s, de modo a nos termos a todas - um “todas” abrangente, múltiplo, includente, nômade, potencialmente capaz de transformar, criar, libertar.

O que ficou amontoado, está sendo dispensado, porque 2014 precisa de espaço novo.

Estamos dispostas a encontros inesperados, a alegrias surpreendentes, a escolhas diversas. Estamos curiosas, vamos por buscas várias, como feministas indiscretas, antirracistas assumidas, muito explícitas em reivindicar a vida, o prazer, a liberdade, a justiça para todas e cada uma das mulheres.

Seguiremos afirmando “nós mulheres”, desvendando as desigualdades, a exploração e sacudindo a indiferença que ainda pesa em tantos corações e mentes frente à violência, o racismo, o etnocentrismo e tantas formas de dominação.

Vamos tratar do que realmente importa, de construir e efetivar o direito igual de tod@s enfrentando as realidades tão desiguais que nos separam, nos isolam, nos dividem, nos oprimem!

É hora de ocupar a rua, de reaprender a estar na rua e a disputar a rua - é sobre o que nos fala Jurema Werneck em seu artigo nesta edição. É hora de fortalecer a luta feminista, fazendo ecoar nossos cantos em outras vozes, enfrentando as violências cotidianas, as arbitrariedades institucionais, acompanhando as Tambores de Safo no texto de Alessandra Guerra.

É o momento de repensar a política a partir do público, de recuperar seu sentido e a legitimidade de seu exercício, coletivo e diverso, conforme nos sugere Carmen Silva. Aprender e construir a pedagogia das ruas, nos fala Maria Paiva Lins.

A hora é agora. Esperamos que essa edição do Jornal Fêmea recupere os sentidos e a pulsação que as jornadas de junho deixaram, para que possamos reaquecer os tambores e entrar nesse 2014 ecoando e retumbando mudança. Esperamos que seja uma leitura inspiradora!


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