9º Fórum Social Mundial (FSM) - 2009

O Fórum Social Mundial de 2009 foi realizado em Belém do Pará (PA), o que possibilitou uma entrada forte, na agenda, das questões amazônicas. Com numerosa presença de grupos indígenas, ribeirinhos, assentados, atingidos por barragens, movimentos sociais e ativistas ambientais dos noves países amazônicos da América do Sul, houve destaque especial para o Fórum Social Pan-Amazônico. Foi a primeira vez que as reivindicações ligadas à vida na floresta e aos impactos socioambientais que ameaçam a região surgiram com força na versão global do encontro. Desde a abertura foi ressaltado o impacto das grandes obras e o combate ao trabalho escravo.

Ao todo foram 135 mil pessoas inscritas de 142 diferentes países e um total de 5.808 organizações, sendo 74% da América Latina e Caribe, 8.5% da Europa, 8% da África, 6% da Ásia, 3% da América do Norte e 0,5% da Oceania. O evento teve como sede a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Universidade Federal Rural do Pará (UFRA), principais centros de convergência.

O movimento feminista marcou presença já na passeata de abertura, com suas bandeiras e palavras de ordem. Diferentes grupos deste segmento realizaram 31 assembleias, que atraíram a participação e contribuição de mulheres de diferentes continentes. A Articulação de Mulheres Brasileiras organizou um espaço de convívio, articulação e hospedagem, a Casa Feminista, que reuniu cerca de 300 integrantes da AMB, de 14 estados, além de convidadas de outros países latino-americanos.

O MST organizou um debate com presidentes sul-americanos (Evo Morales, Hugo Chávez, Fernando Lugo e Rafael Correia), no qual foi possível agendar o pronunciamento de três mulheres de movimentos sociais: a sindicalista Mamurata Cize de Burkina Faso da África, a indígena equatoriana Blanca Chancoso e a feminista e coordenadora do Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense/AMB Maria das Graças Costa.

No último dia, em assembleia com participantes de todo o mundo, foi aprovada a Declaração da Assembleia de Mulheres que diz: “por nós e por todas, seguiremos comprometidas com a construção do movimento feminista como uma força política contra hegemônica e um instrumento das mulheres para alcançar a transformação de suas vidas e de nossas sociedades, apoiando e fortalecendo a auto-organização das mulheres, o diálogo e a articulação das lutas dos movimentos sociais”.