Daniella Pelaes, 46 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro, Janilson Quadros, 37. Ele tentou se matar após o feminicídio, mas passa bem
Metrópoles
Arquivo pessoal/Reprodução
Morta a facadas pelo ex-companheiro na madrugada deste sábado (25/5), Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida (foto em destaque), 46 anos, era irmã da prefeita do município de Pedra Branca do Amapari (AP), Beth Pelaes (União Brasil). A vítima morava no Condomínio Amobb, no Jardim Botânico (DF), onde foi assassinada por Janilson Quadros de Almeida, 37. O agressor tentou tirar a própria vida em seguida.
Beth também tinha uma casa no residencial e estava na capital do país para participar da 25ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Em uma postagem no Instagram, ela lamentou o feminicídio da irmã.
“Nossa família se despede de forma precoce, diante de uma dor imensurável. Ela [Daniella] desempenhava efetivo exercício em Brasília há pouco mais de um ano”, escreveu a prefeita. “Dani, minha irmã amada, descanse em paz, como a mulher, irmã, filha e mãe zelosa – e de personalidade forte e sorriso largo que sempre lhe acompanharam.”
Instagram/Reprodução - Daniella (última à direita) era irmã de Beth Pelaes (blusa verde), prefeita de município do Amapá
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Relacionamento
Daniella tinha um cargo comissionado na Gerência de Operações da Telebras desde março de 2023. Ela e Janilson se conheceram quando ele atuava como motorista particular da vítima, à época em que ela ainda trabalhava na Prefeitura de Pedra Branca do Amapari. Os dois se casaram e moravam juntos no Distrito Federal havia cerca de dois anos; porém, segundo a Polícia Militar (PMDF), separaram-se.
Entre as 5h e as 7h deste sábado (25/5), Janilson atacou Daniella com facadas no tórax e, na sequência, tentou tirar a própria vida. Ela não resistiu, e ele foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital de Base (HBDF), em estado grave, mas passa bem e não corre risco de morte. O suspeito se encontra sob escolta policial.
“As investigações são conduzidas pela PCDF [Polícia Civil do Distrito Federal] desde as primeiras horas de hoje [sábado]. O suspeito não confessou o crime. Ele está sendo autuado em flagrante e permanece sob custódia no hospital. Após alta médica, o envolvido será encaminhado ao sistema prisional”, informou a corporação.
Entrada liberada
O suspeito tinha a senha da fechadura do imóvel, uma tag no carro que autorizava a entrada no residencial e circulava rotineiramente pelo condomínio. Até então, não havia avisos relacionados a casos de violência entre o casal, segundo o síndico Anderson Aguiar.
No momento do feminicídio, Daniella estava em casa com os três filhos e a babá dos meninos. A criança mais nova tem 3 anos e é fruto do relacionamento do casal.
Um funcionário que fazia rondas pelo conjunto habitacional foi quem identificou a ocorrência e comunicou ao gestor, segundo Fábio Augusto de Oliveira, advogado que representa o condomínio.
Por meio de nota, o residencial comunicou que não recebeu informações sobre “a dinâmica nem as circunstâncias que levaram a moradora ao óbito e os ferimento no morador que se encontra hospitalizado”. “O caso é investigado pela autoridade policial. […] Ressaltamos que, ao contrário do divulgado, não houve invasão ao condomínio nem mesmo à residência [da vítima], pois ambos [os envolvidos] são moradores [do condomínio]”, comunicou a administração do Amobb.
Fábio Augusto detalhou que o agressor entrou no residencial por volta das 5h30. “Qualquer acesso ao condomínio é feito mediante identificação. Ele tem a tag que o autoriza a entrar, chegou ao condomínio de carro, passou pela cancela de moradores e entrou na casa dele. Lá dentro, não sabemos o que aconteceu. O conhecimento que se tem é de se tratar de um casal. E não havia pedido pela impossibilidade da entrada dele”, completou o advogado.
Canais de ajuda
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) conta com quatro meios para recebimento de denúncias: on-line, pelo telefone 197 (opção 0), pelo e-mail
Confira outros meios para buscar atendimento:
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) 1
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: 61 3207-6195 e 61 3207-6212
Deam 2
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: 61 3207-7391
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 61 3343-6086 e 61 3343-9625
Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF)
Telefone: 61 3190-5291
Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Telefone: 180
Centro Integrado 18 de Maio
Endereço: 307/308 Sul
Telefones: 61 2244-1512 e 61 983-140-636
Conselho Tutelar
Endereços: consulte no site da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus)
Telefones: 125 ou 100
“Vou matar nosso filho”, ameaçou homem antes de assassinar ex no DF
Janilson Quadros matou a ex-companheira no sábado (25/5) e passou por audiência de custódia no domingo (26/5), ainda hospitalizado
Mertópoles
Preso em flagrante após matar a ex-companheira a facadas no sábado (25/5), Janilson Quadros de Almeida, 37 anos, teve a prisão convertida em preventiva após passar por uma audiência de custódia nesse domingo (26/5). Ele está internado desde que tentou se matar, após cometer o crime. Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida, 46 anos, foi morta a facadas 15 dias depois de retirar a medida protetiva que tinha contra o ex. “Vou matar nosso filho (de 3 anos) e me matar”, ameaçou o homem antes de cometer o crime contra a ex no Jardim Botânico.
O suspeito de feminicídio segue hospitalizado no Hospital de Base do DF (HBDF), o que não impediu que a Justiça fizesse audiência de custódia durante a manhã deste domingo. A audiência foi presencial para as autoridades, que analisaram a prisão em flagrante de Janilson, convertida para preventiva.
Portanto, assim que o criminoso receber alta hospitalar, ele deverá se apresentar imediatamente ao Núcleo de Audiências de Custódia (NAC). Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida era irmã da prefeita do município de Pedra Branca do Amapari (AP), Beth Pelaes (União Brasil).
Feminicídio
Janilson Quadros de Almeida foi preso em flagrante após assassinar Daniella, com quem foi casado por quatro anos. Entre as 5h e as 7h de sábado (25/5), ele a matou com facadas no tórax e, depois, tentou tirar a própria vida.
Janilson entrou em contato com Daniella no dia do crime, por volta das 5h, para fazer uma suposta visita ao filho deles. Sem conseguir a autorização da ex, o agressor decidiu ir ao condomínio onde a família morava – e ao qual tinha acesso liberado. Ele tinha a senha da fechadura da casa de Daniella e uma tag no carro que autorizava a entrada no residencial e, assim, circulava rotineiramente pelo condomínio, pois os dois moraram juntos.
Relacionamento e denúncias
Daniella e o agressor se conheceram quando ele atuava como motorista particular da vítima, à época em que ela ainda trabalhava na Prefeitura de Pedra Branca do Amapari (AP). Os dois se casaram há cerca quatro anos e se mudaram para o Distrito Federal dois anos depois. Porém, estavam em processo de separação, segundo a polícia.
A vítima havia registrado ocorrências contra Janilson, por ameaça e violência doméstica, antes de ser assassinada em casa, no Jardim Botânico. Em denúncia registrada por Daniella, em 27 de março último, ela chegou a relatar que o agressor prometeu que “iria matá-la”.
Na ocasião do registro da ocorrência, a vítima, que tem outros dois filhos, de 17 e 10 anos, frutos de relacionamento anterior, relatou nunca ter sofrido violência física ou verbal cometida por Janilson até então. Porém, afirmou que ele havia se transformado em “uma pessoa nervosa e instável”.
Daniella também contou que, em fevereiro, chegou a ser acordada de madrugada pelo agressor, que havia acabado de entrar em casa. Em seguida, Janilson teria prometido que, “se descobrisse algo dela, que ela o traía, iria matá-la’”.
Em outra ocasião denunciada pela vítima, ela estava no trabalho quando recebeu uma ligação de Janilson. Ele afirmou, segundo o boletim de ocorrência: “Agora vou acabar com tudo. Vou matar nosso filho e me matar depois”.
Após o registro das denúncias, a Justiça concedeu medida protetiva em favor da vítima, para proibir o agressor de se aproximar dela, dos parentes de Daniella e de testemunhas dos crimes, por qualquer meio de comunicação. Ele também foi impedido de frequentar endereços específicos.
Em 10 de maio, porém, Daniella pediu a revogação da medida protetiva, pois o então companheiro havia começado a fazer acompanhamento psicológico, segundo contou à vítima.
Sepultamento
O corpo de Daniella foi sepultado na manhã desta segunda-feira (27/5), no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Macapá (AP).
O velório da vítima ocorreu desde 19h desse domingo (26/5). Ela deixa três filhos, todos menores de 18 anos.