Ao C.B Saúde (Correio Braziliense), a especialista em fitoterapia falou da importância do acompanhamento das meninas na fase da adolescência, para que tenham um amadurecimento sexual completo e também destacou a medicina alternativa
A fitoterapia como aliada na saúde feminina foi o tema do CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (13/7). À jornalista Carmen Souza, a clínica geral especialista em fitoterapia Andréa Alvarenga falou sobre os benefícios do uso do canabidiol para reduzir e retardar doenças como Alzheimer. "A cannabis (medicinal) vem para melhorar isso, ela diminui a ansiedade, o estresse, deixa o paciente mais feliz e controla essa perda da memória", destaca.
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Vamos falar da saúde da mulher? Cuidados começam desde a infância não é isso?
Hoje em dia, cuidamos da gestação para que a mulher tenha mais fertilidade e que tenha uma criança perfeita. A medicina evoluiu e temos muitas condições e fitoterápicos para apoiar a saúde gestacional. Quando a mulher tem o parto, é muito importante que toda essa flora vaginal esteja bem, pois é por onde o bebê vai passar. O parto cesárea, que hoje em dia é muito comum, pega-se com o cotonete um pouco desse conteúdo do canal vaginal e coloca-se na boca da criança, que ali vai criar um meio de saúde estável e promover bactérias saudáveis para esse bebê. Na puberdade é muito importante os cuidados, pois preparamos essa menina desde 9, 10 anos, para que ela chegue bem nessa primeira menstruação. O primeiro contato sexual também precisa ser um ambiente tranquilo, porque a maioria dessas jovens está usando álcool e contraceptivo desde cedo. As meninas têm usado contraceptivo com 13, 14 anos, no qual todo esse sistema complexo que nós temos ainda não está totalmente preparado para isso. Então, o amadurecimento sexual de uma jovem só vai se dar realmente aos 18 anos, quando o corpo dela vai estar preparado.
Vamos pensar na outra ponta, no envelhecimento. De que forma a fitoterapia nos ajuda para longevidade, para o envelhecimento saudável?
Depois que passou esse período reprodutivo, falo muito que uma mulher deve ser acompanhada até o seu envelhecimento. Você fez a sua passagem, teve seu filho e chegou aos 40 anos, essa é a hora que ela tem que realizar um autoexame da mama, um autoexame de suas secreções, observar como está seu período. Eu vejo muitas mulheres que não realizaram os cuidados e, depois dos 40, 50 anos, tiveram câncer de mama. É nessa hora que você tem picos hormonais, baixas hormonais, alterações inclusive emocionais muito graves, que podem causar depressão e ser um início para o câncer. Neste momento, você tem que acompanhar de perto, tem que fazer exames metódicos, e as plantas medicinais são ótimas. Então, por exemplo, existem muitas plantas tônicas de testosterona que a gente pode usar.
Algumas pesquisas mostram que podemos reduzir/retardar o avanço do Alzheimer com o uso do canabidiol?
Precisamos tomar uma decisão realmente sobre o nosso futuro. E a cannabis (medicinal) está para esse momento, como a penicilina esteve para o século passado. Não é mais possível deter os benefícios desta planta que é uma farmácia. E eu fico vendo alguns pacientes que ainda não tem a compreensão de que isso é uma planta usada desde antes de Cristo. Quando você medica a cannabis para uma pessoa que está com estado demencial, uma perda cognitiva avançada, eu trabalho com perdas cognitivas leves a graves. A primeira coisa que esse paciente chega no meu consultório e fala é o seguinte: "Doutora, eu sou mais feliz hoje. O que será que aconteceu?" O que está acontecendo hoje com a população mundial? A maior doença é a depressão, é o estresse, é a frustração, é o pânico. Nós estamos criando doenças mentais em larga escala e nós estamos impactando nas crianças, transtorno de espectro autista, asperger e essas que têm crises convulsivas crônicas. Então às vezes, eu escuto: "Infelizmente, não pode usar cannabis, isso é maconha". Mas não tem nada a ver com maconha. Isso é cannabis medicinal. O paciente que tem demência de microangiopatia vascular, ou seja, uma demência de Alzheimer, ele vai se beneficiar. Pois o paciente está ansioso, porque muitas vezes perdeu as suas referências, ele não sabe onde está, não se lembra o que comeu, não tem condições de gerir o seu próprio dia a dia. A cannabis (medicinal) vem para melhorar isso, ela diminui a ansiedade, o estresse, deixa o paciente mais feliz e controla essa perda da memória.
*Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira