Material em produção pela Organização Mundial da Saúde atualiza orientações para profissionais que trabalham com contracepção e saúde sexual e reprodutiva
Carolina Sales Vieira Macedo é a única brasileira envolvida no guia internacional – Foto: Reprodução/Freepik
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Periodicamente a Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne um grupo de experts em saúde reprodutiva, chamado Grupo de Desenvolvimento de Diretrizes, para a atualização do guia internacional chamado Medical Eligibility Criteria for Contraceptive Use (no Brasil traduzido como Critérios Médicos de Elegibilidade para Uso de Contraceptivos), conjunto de recomendações baseadas em evidências científicas que norteiam a prescrição de métodos contraceptivos em situações clínicas especiais, como hipertensão, tabagismo e diabete, por exemplo.
Em novembro do ano passado, em Montreux, na Suíça, o grupo se reuniu para iniciar os trabalhos da sexta edição desse guia, que começou a ser publicado em 1996. A única representante brasileira nesse grupo é a professora Carolina Sales Vieira Macedo, do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Carolina Sales – Foto: FMRP
Por meio do Centro de Identificação Contínua de Evidências de Pesquisa a OMS inicia o processo de atualização com consulta à comunidade envolvida com saúde sexual e reprodutiva sobre quais tópicos precisam ser atualizados ou incluídos. O grupo, que reúne além de experts técnicos de saúde reprodutiva membros do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), da OMS e convidados, a partir dessas respostas, atua em quatro etapas:
- Reunião de definição dos tópicos que entrarão em revisão;
- Preparação das evidências pelo CDC;
- Reunião do grupo para avaliação das evidências e decisão sobre os critérios de cada tópico;
- Publicação dos novos critérios, prevista para 2024.
Segundo a professora Carolina, os tópicos são escolhidos com base nos critérios de prevalência, relevância e solicitação dos países e escritórios regionais da OMS. O documento, diz Carolina, é utilizado mundialmente por residentes e médicos da família, ginecologistas e obstetras, médicos generalistas, enfermeiras, obstetrizes, alunos de medicina, além de gestores de programas de planejamento familiar. “Poder contribuir para a elaboração de um documento que norteia a prescrição de contraceptivos no mundo inteiro é uma grande honra”, comemora a professora.
O trabalho ainda está em andamento e as mudanças serão conhecidas no lançamento da nova edição dos Critérios Médicos de Elegibilidade para Uso de Contraceptivos, prevista para 2024.
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