A Comissão Pastoral da Terra-Regional Pará e Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos-SDDH lançam nota pública após um ano da Chacina de São Félix do Xingu que vitimou José Gomes (Zé do Lago), Marcia Nunes e Joane Nunes, pai, mãe e filha, respectivamente. O massacre ocorreu em 9 de janeiro de 2022

CPT


CPT-Regional Pará e SDDH lançam nota exigindo respostas do Estado do Pará ao Massacre de São Félix do Xingu, ocorrido em 9 de janeiro de 2022 e que até o momento, segue sem identificação aos responsáveis pelo crime

 

A Comissão Pastoral da Terra-Regional Pará e Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos-SDDH lançam nota pública após um ano da Chacina de São Félix do Xingu que vitimou José Gomes (Zé do Lago), Marcia Nunes e Joane Nunes, pai, mãe e filha, respectivamente. O massacre ocorreu em 9 de janeiro de 2022, na propriedade da família, que já residia há mais de 20 anos no local e realizava um importante trabalho de preservação da floresta e mantinha um projeto de reprodução de quelônios. 

As organizações cobram respostas às investigações,onde até o momento o Estado do Pará e orgãos da segurança pública não se pronunciaram sobre a identificação dos responsáveis pelo crime. Diversas reportagens indicam que a possível motivação dos assassinatos seja por interesses de grandes proprietários de terras à área ocupada pela família. 

"A Justiça, e não a impunidade é que deve prevalecer, nem que para isso o caso seja federalizado, por incompetência e/ou omissão das autoridades estaduais. Exigimos das autoridades do Estado do Pará, do Ministério Público e do Poder Judiciário, seja na instância estadual ou federal, a responsabilização dos autores da chacina de São Félix do Xingú", reforça a nota. 

Confira na íntegra: 

NOTA PÚBLICA "CHACINA DE SÃO FÉLIX DO XINGÚ COMPLETA UM ANO SEM NENHUMA RESPOSTA DO ESTADO DO PARÁ"

No dia 09 de janeiro de 2022, foram assassinados em São Félix do Xingú, JOSÉ GOMES, conhecido como Zé do Lago de 61 anos, sua esposa MARCIA NUNES LISBOA, 39 anos e sua filha JOANE NUNES LISBOA, 17 anos. O fato ficou conhecido com Chacina de São Félix do Xingú. 

Passado um ano do crime, a Secretaria de Segurança Pública do Estado e o Ministério Público, não disseram uma única palavra sobre as investigações e identificação dos responsáveis pelos crimes. Fato é que até o presente momento, não sabemos absolutamente nada sobre o trabalho da polícia e da Promotoria que acompanha o caso. 

A única coisa que sabemos é que, a investigação iniciou na delegacia de São Félix, depois foi temporariamente conduzida por um delegado de polícia de Marabá, e por último, estaria sendo conduzida por um delegado de policia lotado em Belém. Apesar de vários pedidos de providências das entidades signatárias, nenhuma autoridade policial da área de segurança pública do estado, apresentou os resultados necessários e exigidos pela sociedade paraense.

Nesse período várias reportagens foram feitas sobre o caso, por diferentes meios de comunicação, apontando indícios fortes de que as mortes estariam relacionadas a interesses de grandes proprietários de terras, localizadas nas imediações da área ocupada pela família de Zé do Lago. Pelas informações publicadas, a motivação do crime, estaria relacionada a interesses dos mandantes das mortes em se apropriar posteriormente das terras ocupadas pela família de ambientalistas. 

A família de José Gomes já residia no local há mais de 20 anos, desenvolvia trabalhos de preservação da floresta e mantinha um projeto de reprodução de tartarugas. Eram conhecidos e reconhecidos pelo trabalho ambiental que faziam. A terra ocupada por eles está em área de jurisdição do ITERPA e inserida na APA Triunfo do Xingú, uma área de preservação ambiental com mais de 1,5 milhões de hectares. Nos últimos anos o desmatamento para exploração de madeira e criação extensiva do gado, tem avançado de forma descontrolada dentro da reserva, se aproximando cada vez mais da região onde a família de Zé do Lago tinha sua propriedade. 

Apenas na região sul e sudeste do Estado, nas últimas quatro décadas, a CPT já registrou 43 chacinas de trabalhadores rurais com 236 mortos. Em apenas quatro delas houve julgamento de algum responsável e apenas dois condenados chegaram a ser presos. No mesmo período, 75 lideranças foram assassinadas nessa região. Uma delas foi o sindicalista Ronair José de Lima, assassinado no município de São Félix do Xingu em 04/08/2016, cujos responsáveis pelo crime continuam impunes. 

A Justiça, e não a impunidade é que deve prevalecer, nem que para isso o caso seja federalizado, por incompetência e/ou omissão das autoridades estaduais. Exigimos das autoridades do Estado do Pará, do Ministério Público e do Poder Judiciário, seja na instância estadual ou federal, a responsabilização dos autores da chacina de São Félix do Xingú. 

Marabá/Belém, 06 de janeiro de 2023.

Comissão Pastoral da Terra – CPT Regional Pará. 

Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SDDH.

 

fonte: https://www.cptnacional.org.br/massacres/6278-chacina-de-sao-felix-do-xingu-completa-um-ano-sem-nenhuma-resposta-do-estado-do-para


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