Quase lá: Nísia destacadiz que foi alvo de campanha misógina quando foi ministra

Em discurso de despedida, ex-ministra da Saúde agradece ao presidente Lula e diz que tem orgulho de ter sido ministra do SUS.

Congresso em Foco

11/3/2025 | Atualizado às 9:36h

Em seu discurso de despedida, Nísia Trindade fez menção aos ataques que recebeu durante sua passagem no comando do Ministério da Saúde. Nísia deixou a cadeira de ministra nesta segunda-feira (11), dia em que discursou no evento de posse do seu sucessor, Alexandre Padilha, no Palácio do Planalto.

A ex-ministra da Saúde Nísia Trindade em discurso de despedida no Planalto

A ex-ministra da Saúde Nísia Trindade em discurso de despedida no PlanaltoJose Cruz/Agência Brasil

Não posso esquecer que, durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade, afirmou Nísia. Não é possível e não aceito, como acho que não devemos aceitar, como natural um comportamento político dessa natureza. Podemos e devemos construir uma nova política, baseada efetivamente no respeito e destaco o respeito a nós, mulheres e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população.

Os últimos meses de Nísia à frente da pasta da Saúde foram marcados por especulações na mídia a respeito de sua saída na mídia, falava-se em fritura da então ministra. A pressão sobre a ministra tem raízes na política: o Ministério da Saúde é um dos mais visados porque administra um dos maiores orçamentos do governo federal, controlando ampla distribuição de recursos para estados e municípios.

Ex-presidente da Fiocruz e com perfil técnico, Nísia foi chamada para o governo como um nome da chamada cota pessoal de Lula. Alexandre Padilha, que assumiu o cargo, estava na pasta das Relações Institucionais, onde operava a articulação política do governo. Foi substituído nessa função por Gleisi Hoffmann, que era presidente do PT.

 

"Ministra do SUS"

Em seu discurso, Nísia elencou as conquistas e progressos de sua gestão à frente do Sistema Único de Saúde (SUS). "Meu legado é a reconstrução do SUS. Tenho orgulho de dizer que fui a primeira mulher presidente da Fiocruz e a primeira ministra da Saúde do governo federal, trabalhando para fortalecer e ampliar o direito à saúde para todos os brasileiros", declarou. Disse ainda que tem orgulho de ter sido a "ministra do SUS".

"Presidente Lula, obrigada por toda a sua atuação como líder do nosso país e meu muito obrigada pela oportunidade de realizar um trrabalho em que acredito", agradeceu.

 

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