Quase lá: 24 de fevereiro - Dia da conquista do voto feminino no Brasil

O voto feminino no Brasil foi reconhecido em 1932 e incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo. Em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens

dia voto feminino 24 fevereiro

A conquista do voto feminino

As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Decreto 21.076, do então presidente Getúlio Vargas, que instituiu o Código Eleitoral. Vargas chefiava o governo provisório desde o final de 1930, quando havia liderado um movimento civil-militar que depôs o presidente Washington Luís. Uma das bandeiras desse movimento (Revolução de 30) era a reforma eleitoral. O decreto também criou a Justiça Eleitoral e instituiu o voto secreto.

Em 1933, houve eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, e as mulheres puderam votar e ser votadas pela primeira vez. A Constituinte elaborou uma nova Constituição, que entrou em vigor em 1934, consolidando o voto feminino – uma conquista do movimento feminista da época.

Histórico

A década de 1920 assistiu a diversos movimentos de contestação à ordem vigente. Em 1922, por exemplo, houve importantes acontecimentos que colocavam em xeque a República Velha, entre eles a Semana de Arte Moderna, o Movimento Tenentista e a fundação do Partido Comunista do Brasil. Nesse contexto, ganhou força o movimento feminista, tendo à frente a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz, que fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher – um grupo de estudos cuja finalidade era a luta pela igualdade política das mulheres.

Posteriormente, Bertha Lutz criou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, considerada a primeira sociedade feminista brasileira. Essa organização tinha como objetivos básicos: "promover a educação da mulher e elevar o nível de instrução feminina; proteger as mães e a infância; obter garantias legislativas e práticas para o trabalho feminino; auxiliar as boas iniciativas da mulher e orientá-la na escolha de uma profissão; estimular o espírito de sociabilidade e cooperação entre as mulheres e interessá-las pelas questões sociais e de alcance público; assegurar à mulher direitos políticos e preparação para o exercício inteligente desses direitos; e estreitar os laços de amizade com os demais países americanos.


Baixe o livro da Edições Câmara sobre o voto feminino no Brasil: O VOTO FEMININO NO BRASIL, de Teresa Cristina de Novaes Marques (https://www.camara.leg.br/midias/file/2020/11/voto-feminino-brasil-2ed-marques.pdf)

Texto: Rafael Teodoro - Agência Câmara de Notícias - publicado em 15/02/2021, no https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/a-conquista-do-voto-feminino/index.html

 

93 anos do voto feminino: o que já avançamos em quase um século do direito de escolher?

Ações do Ministério das Mulheres têm incentivado as mulheres a ocuparem mais espaços de poder

projecao-mais-mulhers-no-poder.png

A conquista do voto feminino completa 93 anos nesta segunda-feira (24) e este foi o primeiro ato de inclusão eleitoral das mulheres. As reflexões, porém, vão além do direito de votar: elas se debruçam nos dias de hoje sobre a baixa representatividade feminina no processo democrático. As mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro, mas não ocupam nem a metade dos espaços de poder no Legislativo, no Executivo ou no Judiciário. 

Segundo dados da União Interparlamentar (UIP/ONU), o Brasil ocupa a 133ª posição no ranking de representatividade nos Parlamentos. Nos cargos eletivos federais, das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, 93 são ocupadas por elas (18%); no Senado Federal, das 81, 16 cadeiras são delas (19,8%).

“O olhar das mulheres é fundamental para a construção de uma sociedade justa e igualitária. O governo do presidente Lula sempre foi pioneiro em colocar mulheres para comandar posições estratégicas e historicamente ocupadas por homens, como a presidência do Banco do Brasil e da Petrobras,  mas esta tendência também deve ser replicada em outros espaços como empresas, sindicatos, movimentos sociais, conselhos e associações. Precisamos de mais mulheres em espaços de poder, afinal, representamos 52% do eleitorado brasileiro”, destacou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. 

Corroborando com a ampliação da participação das mulheres na política, o Ministério das Mulheres lançou, em 2024, a campanha “Mais Mulheres no Poder, Mais Democracia”, que busca também conscientizar e sensibilizar a população brasileira sobre a realidade da violência política que atinge de forma permanente as mulheres, especialmente as mulheres negras, indígenas e LBTs. Uma das peças da campanha é a cartilha “Mais Mulheres no Poder, Mais Democracia”, que traz um histórico das conquistas femininas no âmbito eleitoral, discute a importância da representatividade feminina e o combate à violência política de gênero. 

Incentivo às secretarias de mulheres

Para além dos cargos eletivos, a ministra Cida Gonçalves tem concentrado esforços para que cada estado e município tenha suas Secretarias de Políticas para as Mulheres (SPMs) - até 2023 eram 258 e atualmente já são 1.045 no país - para fortalecer as ações em defesa das mulheres e destinar recursos como acontece, por exemplo, no Ministério da Saúde, que conta com suas secretarias estaduais e municipais. 

Com o propósito de estimular gestoras e gestores públicos a criarem e fortalecerem SPMs em suas cidades, a pasta lançou o Guia para Criação e Implementação de Secretarias de Políticas para as Mulheres durante o Encontro de Novos de Prefeitos e Prefeitas - Governo Federal Fortalecendo os Municípios, realizado em Brasília durante os dias 11 a 13 de fevereiro.

O Ministério das Mulheres tem destinado recursos para a estruturação das SPMs nos estados. Desde 2023, 17 unidades da federação já foram beneficiadas com recursos para a aquisição de veículos e equipamentos de informática, além do custeio de atividades de formação, planejamento e avaliação de gestão de políticas para as mulheres por meio de dois editais, totalizando mais de R$ 7 milhões em investimentos. 

Outro espaço de promoção das mulheres em cargos estratégicos é o Fórum Nacional de Gestoras de Políticas para as Mulheres. Duas edições foram realizadas durante a atual gestão, reunindo mais de 300 gestoras estaduais e municipais em Brasília, com diálogos sobre participação política, orçamento, transversalidade e troca de experiências sobre políticas para mulheres. 

Formação e capacitação

Com foco na formação de mulheres, o Ministério das Mulheres também lançou dois cursos em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), na modalidade EaD: “Gestão e Implementação de Políticas Públicas e de Organismos de Políticas para as Mulheres” e “O protagonismo das mulheres: passos para a atuação política das mulheres em espaços de poder e decisão”

Também foram investidos R$ 6 milhões em uma chamada pública voltada a organizações da sociedade civil para a formação de mulheres em espaços de poder e decisão, em parceria com os mistérios da Igualdade Racial e dos Povos Indígenas. 

O enfrentamento à  violência política de gênero também é pauta de trabalho no MMulheres, uma vez que a prática inibe o avanço das mulheres na ocupação desses espaços e o ministério busca incentivar o fim das violências contra as mulheres, promover a autonomia econômica delas e por consequência estimular a participação das mulheres em diferentes esferas de poder e decisão. Sob a alçada da pasta esteve a coordenação do Grupo de Trabalho Interministerial de Enfrentamento à Violência Política Contra as Mulheres e a coordenação do Grupo de Trabalho de Empoderamento de Mulheres do G20

Histórico - A possibilidade da mulher escolher seu representante virou realidade em 1932 com o reconhecimento do voto feminino. O direito foi incorporado na Constituição de 1934 de forma facultativa e em 1965 o voto feminino tornou-se obrigatório. Em uma reflexão sobre as conquistas das mulheres, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.086/2015, que instituiu o Dia da Conquista do Voto Feminino, comemorado em 24 de fevereiro. 

Algumas pioneiras marcaram a política nacional porque antecederam estas datas, como é o caso do Rio Grande do Norte, que permitiu o voto feminino em 1927 (Lei Estadual 660). A primeira eleitora do país foi a potiguar de Mossoró, Celina Guimarães Viana e a primeira prefeita  do Brasil e da América Latina foi Alzira Soriano, em Lajes (RN).

fonte: https://www.gov.br/mulheres/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2025/fevereiro/93-anos-do-voto-feminino-o-que-ja-avancamos-em-quase-um-seculo-do-direito-de-escolher


Artigos do (e sobre o) CFEMEA

lia zanotta4
CLIQUE E LEIA:

Lia Zanotta

A maternidade desejada é a única possibilidade de aquietar corações e mentes. A maternidade desejada depende de circunstâncias e momentos e se dá entre possibilidades e impossibilidades. Como num mundo onde se afirmam a igualdade de direitos de gênero e raça quer-se impor a maternidade obrigatória às mulheres?

ivone gebara religiosas pelos direitos

Nesses tempos de mares conturbados não há calmaria, não há possibilidade de se esconder dos conflitos, de não cair nos abismos das acusações e divisões sobretudo frente a certos problemas que a vida insiste em nos apresentar. O diálogo, a compreensão mútua, a solidariedade real, o amor ao próximo correm o risco de se tornarem palavras vazias sobretudo na boca dos que se julgam seus representantes.

Violência contra as mulheres em dados

Cfemea Perfil Parlamentar

Direitos Sexuais e Reprodutivos

logo ulf4

Logomarca NPNM

Cfemea Perfil Parlamentar

legalizar aborto

nosso voto2

...