Reinvenção das organizações feministas – 2011

Junto com o fenômeno da Marcha das Vadias e sua expressão de um feminismo jovem e inovador, a nova década encontrou as organizações feministas de prontidão para mudanças estratégicas em sua atuação. Impunha-se a familiaridade com as novas tecnologias de informação e o compartilhamento contínuo nas mídias sociais, ao mesmo tempo em que essas organizações enfrentavam uma onda de fragilidade na captação de recursos para apoiar suas atividades. Sobreviver a essa transição exigiu processos profundos de avaliação e reposicionamento estratégico para inovar formatos de atuação inserindo, nas metodologias de trabalho, novos conhecimentos e atitudes.

Este cenário, com seus desafios e oportunidades, exigiu certo deslocamento da incidência política direta junto aos poderes públicos, para ampliar os canais de diálogo com nichos diversos da sociedade. Isto demandou o desenvolvimento de capacidades tecnológicas experimentais para fazer ecoar o discurso feminista nos novos canais de incidência, acompanhando a dinâmica da sociedade hiperconectada e fomentando a chegada de jovens faces à liderança do movimento.

O feminismo vem se reinventando e colocando em prática sua criatividade, concretude e abstração para mostrar que há ainda uma grande lacuna de direitos não alcançados e que mudar a realidade depende do envolvimento de todas e todos.